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CDS acha “pouco crível” que Costa não tivesse pedido informações sobre Tancos

O CDS-PP defendeu hoje que há “responsabilidades políticas” do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e do primeiro-ministro, no caso do furto de material militar do paiol de Tancos e vai propor essa conclusão na comissão de inquérito.

A posição dos centristas foi anunciada pelo deputado centrista Telmo Correia na reunião da comissão parlamentar de inquérito em que foi apresentada o relatório preliminar, pelo deputado do PS Ricardo Bexiga.

“Acho pouco crível que o ministro da Defesa soubesse” da operação que levou ao “achamento” do material, com a alegada operação de encobrimento pela PJ Militar, e “durante um ano não informasse o primeiro-ministro”, disse o deputado do CDS-PP, partido que propôs a comissão de inquérito.

Telmo Correia disse ainda achar pouco crível que António Costa, como chefe do Governo, e perante o facto desta gravidade, o furto de material militar, “nunca tivesse tido o cuidado de pedir a informação que [o ministro de Defesa] tinha nesta matéria”.

Mas, se esta é matéria de acreditar ou não que pudesse ter acontecido, Telmo Correia alertou que, na sua perspetiva, há “matéria de facto” em duas questões.

Um facto, alegou, é que Azeredo Lopes “soube e não fez nada durante um ano” depois de ter sido informado pelo seu chefe de gabinete, general Martins Pereira, sobre uma operação para recuperar o material a partir de um documento entregue pelo ex-diretor da PJ Militar e do investigador Vasco Brazão, em que se relatava a operação.

Em segundo lugar, argumentou, o primeiro-ministro “soube e depois de saber continuou a tentar omitir o facto” e isso “é outro facto indesmentível”, numa referência a declarações de Costa aos jornalistas em 26 de outubro de 2018 de que não teve conhecimento do memorando, ou documento apócrifo, sobre a recuperação do material militar.

Numa audição na comissão de inquérito, Francisco André, chefe de gabinete de António Costa, revelou que entregou o documento ao primeiro-ministro na manhã do dia 12 de outubro, antes de uma “reunião de trabalho” que o chefe do Governo iria ter com Azeredo Lopes.

“Isto são responsabilidades políticas”, concluiu Telmo Correia.

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