Nas Notícias

16 motivos para ir votar nas legislativas

votar v2

A 4 de outubro, o povo elege os seus representantes à Assembleia da República. Veja 16 motivos para cumprir algo que é muito mais do que um dever de cidadania.

Sempre que há uma campanha eleitoral, o apelo ao voto repete-se. Porém, o desencanto com a democracia é cada vez maior e, nas últimas legislativas, a abstenção ganhou com maioria absoluta: 41,1 por cento do universo eleitoral português, mais do que a soma dos votos recolhidos por PSD e PS.

E esse é, precisamente, o grande motivo para ir votar nas próximas legislativas, a 4 de outubro. Como disse Winston Churchill, “a democracia é a pior de todas as formas de Governo, excetuando-se as demais”.

Mas mais do que cumprir um dever cívico, votar é assumir uma voz, mesmo que sem esperança de vitória. E, caso entenda que nenhuma das 16 forças partidárias candidatas merece representá-lo, pode ser votar em branco: significa que não encontrou uma opção política, enquanto a abstenção é sinal de que nem quis saber quem vai falar por si.

Seguem-se então 16 motivos para ir votar, retirados dos programas eleitorais das 16 forças candidatas (embora nem todas concorram em todos os círculos), por ordem alfabética.

1 – AGIR. Uma das mais novas forças políticas nacionais uniu forças com o Partido Trabalhista Português e o Movimento Alternativa Socialista. A coligação defende a “revisão de todas as cláusulas abusivas ou pouco transparentes na prestação de serviços essenciais aos cidadãos, como por exemplo, eletricidade, água, gás e telecomunicações”.

2 – Bloco de Esquerda. Sugere a “alteração imediata dos critérios que determinam o valor do ‘Indexante de Apoios Sociais’, das pensões e outras prestações sociais, bem como a revogação do chamado ‘factor de sustentabilidade’”.

3 – Coligação Democrática Unitária. O site da CDU avança com dois programas, um por cada partido (PCP e PEV). O dos comunistas defende “a inadiável ruptura com a política de direita e uma mudança na vida nacional que abra caminho à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda”.

4 – Juntos pelo Povo. Outro dos ‘caloiros’ eleitorais definiu, nas linhas programáticas, a “eliminação progressiva dos contratos a prazo e falsos recibos verdes” e a “revisão do regime de contribuições dos trabalhadores a recibos verdes”.

5 – LIVRE/Tempo de Avançar. As duas plataformas cívicas vão a votos para “libertar o Estado da captura privada”, como medidas como o fim das “rendas indevidas no sector energético” e “suspender e rever o Programa Nacional de Barragens”.

6 – Nós, Cidadãos! Mais uma estreia, que chega com a intenção da “redefinição dos círculos eleitorais, visando aproximar mais os eleitos dos eleitores”.

7 – Partido Cidadania e Democracia Cristã. O Partido Portugal Pró Vida teve de mudar de nome, por motivos constitucionais, mas continua a assumir os “valores perenes da democracia cristã e da doutrina social da igreja”.

8 – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses. O histórico PCTP/MRPP luta “sem desfalecimento pela constituição do Governo de Unidade Democrática e Patriótica, pelo repúdio da dívida pública, pela saída do euro e pela criação do escudo novo”.

9 – Partido da Terra. Agora sem Marinho e Pinto, o MPT pretende “promover a discussão em torno da criação de um indicador oficial que possa medir a felicidade dos portugueses”.

10 – Partido Democrático Republicano. Depois do feito de ter um eurodeputado sem ter ido a votos, o novo movimento de Marinho e Pinto aposta forte numa “justiça mais justa” e quer o “escrutínio efectivo do património dos juízes”, os quais não podem “permanecer mais de seis anos no mesmo tribunal ou localidade”.

11 – Partido Nacional Renovador. A força mais à direita do espectro político nacional pretende “suspender os acordos de Schengen e restabelecer o controlo sobre as fronteiras nacionais”.

12 – Partido Popular Monárquico. Traído por PSD e CDS, que não o convidaram para uma nova Aliança Democrática, o PPM candidata-se para eliminar “institutos, fundações, parcerias público-privadas, empresas municipais, grandes obras públicas, a frota automóvel da administração pública e todos os desperdícios e excessos de cada umas das 13.740 entidades públicas”.

13 – Partido Socialista. António Costa tem feito questão de exibir o programa eleitoral, mas qual o conteúdo do mesmo? Entre outros pontos, “o início de uma correção ao enorme aumento de impostos sobre as famílias que foi concretizado nesta legislatura, com a extinção da sobretaxa sobre o IRS entre 2016 e 2017”.

14 – Partido Unido dos Reformados e Pensionistas. Pela primeira vez a votos, o PURP ambiciona “reformas mínimas equivalentes ao salário mínimo” e a “criação duma Secretaria de Estado ou instância específica” dedicada a um setor que corresponde a “cerca de um terço” da população.

15 – Pessoas-Animais-Natureza. O PAN exige “o reconhecimento da dignidade dos animais não humanos”, tal como “proclamado no artigo 13.º do Tratado de Funcionamento da União Europeia”.

16 – Portugal à Frente. Passos Coelho e Paulo Portas levam a coligação do Governo a votos com o compromisso de “desenvolver uma nova geração de políticas públicas, mais focadas na capacitação e autonomia das pessoas e famílias, mais integradas e coerentes, com maior envolvimento da comunidade, sustentáveis e com maior equidade, promovendo uma maior coesão social”.

São apenas 16 motivos retirados dos programas eleitorais ou orientações gerais das forças envolvidas, disponíveis para consulta na internet. São 16 argumentos que não invalidam outras ideias que os partidos ou coligações entendam como prioritárias.

Tudo isto porque, no fundo, as 16 forças políticas que concorrem às legislativas defendem o mesmo: maior soberania, combater o desemprego, melhor saúde, uma Segurança Social mais solidária e desenvolvimento económico. A questão que se coloca é: qual a força política mais bem preparada para obter tudo isto? Responda a 4 de outubro, votando.

Em destaque

Subir