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“Eleições em meados de janeiro implica debates na missa do galo. Não vou fingir-me de anjo”

O país enfrenta uma crise política com Marcelo Rebelo de Sousa a ser obrigado a tomar decisões relativamente à dissolução do parlamento e à marcação da data das eleições legislativas antecipadas, isto na sequência do chumbo da proposta de Orçamento de Estado do governo de António Costa, que foi chumbada na Assembleia da República.

Após ter ouvido os partidos e o Conselho de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa tomará uma decisão em breve, sendo que partidos como o PSD e o CDS-PP, em agitação interna, pretendem um calendário mais alargado para que possam resolver as suas situações internas.

António Lobo Xavier, conselheiro de Estado, diz que Marcelo Rebelo de Sousa tomará uma decisão com a ponderação da atual situação dos partidos. E acredita que este não colocará o ato eleitoral que possa obrigar a ações de campanha no período da época natalícia.

“Um Presidente da República ponderado e que quer uma participação no ato eleitoral e que quer pluralismo, discussão e debate tem que ter em atenção que os períodos de Natal e Ano Novo não são períodos favoráveis à realização de debates”, afirmou Lobo Xavier, antigo líder parlamentar do CDS-PP.

“Para o estilo de vida dos portugueses não há propriamente uma vontade de participação e atenção para a política no período entre o Natal e o Ano Novo”, acrescentou.

Em declarações na TVI 24, no programa Circulatura do Quadrado, Lobo Xavier salientou que “os partidos têm de se adaptar ao calendário do Presidente da República, ao calendário político e Constitucional mas alguma coisa é preciso perceber de reuniões, de congressos que estejam em curso”.

Questionado sobre que data pretenderia para a realização das legislativas, o conselheiro de Estado diz que gostaria de uma data mais próxima do mês de fevereiro.

“Não há propriamente uma vontade de participação e atenção para a política no período entre o Natal e o Ano Novo”

“Não vou fingir-me de anjo. Boa parte dos partidos, com os seus interesses legítimos, apontam para meados de janeiro. Do meu ponto de vista, isso implicava andar a fazer campanha ou pelo menos debates televisivos durante a missa do galo. Portanto, isso é negativo”.

Para Lobo Xavier, “deve haver mais tempo do que isso”. “Uma data que se chegue mais a fevereiro, para mim, seria uma data mais razoável mas, como digo, os partidos é que se têm de adaptar à situação política”.

Lobo Xavier disse ainda que Marcelo Rebelo de Sousa deve procurar ser equilibrado na marcação das eleições legislativas.

“Percebo a lógica do tempo mas tem de haver um certo equilíbrio e ele é no meio”.

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