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Madeira ardida vendida a preço de saldo

As empresas ligadas ao setor da madeira não têm mãos a medir para dar conta dos milhares de toneladas de madeira queimada que está a ser vendidas a um preço de saldo.

Os donos e produtores aceitam vender por um valor mais baixo por causa do excesso de oferta.

“A madeira de Pedrógão já está a ficar deteriorada, essa madeira, praticamente, já não tem venda”, diz Fernando Dias, administrador de uma serração no concelho da Sertã, à Renascença, admitindo que está a comprar madeira “cinco ou seis euros mais barata”.

O presidente da Aproflora – Associação de Produtores Florestais e Agrícolas da Zona do Pinhal – vem a público deixar um alerta.

“Os proprietários não têm a capacidade, por eles próprios, de abaterem as árvores e processarem a madeira”, disse Alfredo Dias.

E acrescentou: “É não só a perda económica que as pessoas tiveram, que é significativa. Os pinheiros com 10 ou 15 anos que as pessoas lá têm valem muito pouco. Estou convencido que, se não forem tomadas medidas, em muitos casos os proprietários nem os vão cortar, porque não compensa o preço que recebem pela madeira que vão tirar de lá.”

Em declarações citadas pela Renascença, ao falar da realidade que se enfrente na indústria da madeira, Alfredo Dias sublinha a sua preocupação com a possibilidade de se apostar em plantações de eucaliptal em vez de pinhal.

“Altamente preocupante porque há muitos milhares de postos de trabalho na fileira do pinho e é ainda mais relevante para estas zona do interior, porque a indústria de pasta de papel está essencialmente concentrada no litoral, as maiores unidades de processamento de madeira de pinho estão completamente espalhadas no interior”, revela Alfredo Dias, deixando um alerta.

“Se deixar de haver matéria-prima essas unidades vão ter que fechar, são milhares e milhares de postos de trabalho que se vão perder. É mais um contributo para a desertificação destas zonas.”

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