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Álvaro Beleza: “Somos leais ao secretário-geral que foi eleito”

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O socialista Álvaro Beleza foi o convidado de mais debate do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, nesta segunda-feira. Defensor de Seguro e crítico das eleições primárias, que levaram à eleição de António Costa, Álvaro Beleza garante que não será uma fonte de desestabilização. “PS deve estar unido e não com fações internas”, diz. E profere uma frase que pode ser entendida como uma indireta a António Costa. “Somos leais ao secretário-geral António Costa que foi eleito”, afirma.

Álvaro Beleza começou a sua intervenção salientando que o combate da sua vida política é o “combate pela cidadania”, sendo que nesta altura está preocupado com os jovens, fundamentais para o desenvolvimento do País e que nenhum Governo pode descartar, com convites à emigração.

O passado recente deste socialista da ‘ala’ de António José Seguro foi abordado neste debate do Clube dos Pensadores, moderado por Joaquim Jorge, o fundador daquele movimento cívico.

Como se posiciona um ‘segurista’ – crítico das eleições primárias e do ‘terramoto’ suscitado por António Costa, que levou à ‘queda’ de Seguro –, num momento de viragem do PS, precisamente com Costa como timoneiro do partido? E está no horizonte de Álvaro Beleza ser secretário-geral?

As duas perguntas cruzam-se e têm a mesma resposta. “O Partido Socialista deve estar unido e não com fações internas”, afirma.

Esta resposta soube a ‘politicamente correta’, sentindo-se na sala o ‘murmurinho’ de alguns apoiantes a puxar por Álvaro Beleza, considerado um forte candidato a secretário-geral, se os resultados das Legislativas forem maus para o PS.

Nota-se uma grande união em torno das ideias defendidas por si no âmbito da escolha de deputados e nas ideias como maiorias qualificadas para grandes obras públicas, privatizações, mas também ao nível do regime político, designadamente no setor da justiça.

O programa eleitoral deveria prolongar a sua discussão pública, segundo Álvaro Beleza, que defende uma espécie de primárias para a aprovação definitiva do programa eleitoral. Todavia, António Costa e os apoiantes não vão seguir esse caminho.

Joaquim Jorge insistiu no facto de o PS não descolar das sondagens e de a coligação se apresentar a ‘morder os calcanhares’ socialistas. A maioria que Costa exigia a Seguro permanece longe dos horizontes.

Álvaro Beleza respondeu que “o Partido Socialista não é um avião, os socialistas têm de trabalhar bastante e serem humildes”. E acrescentou que não há cisões dentro do PS. “Somos leais ao secretário-geral que foi eleito”.

A afirmação pode parecer uma garantia de estabilidade, mas pode soar também como crítica velada a António Costa, que, recorde-se, foi acusado de não adotar este princípio, quando Seguro era secretário-geral.

Álvaro Beleza falou de António José Seguro como um amigo que o levou para a política. E defendeu que atualmente parece que se tem medo ou quer-se ignorar o legado de Seguro no PS.

O ‘buraco’ de 600 milhões da Segurança Social – que levou a ministra das Finanças a abordar um hipotético corte de pensões, palavras censuradas por António Costa – leva Beleza a lembrar que “na Segurança Social há um contrato social entre os cidadãos e o Estado, que não pode ser alterado”.

“É necessário um acordo de regime entre o PSD e o PS sobre este tema e outros. O PSD tem que dizer o que pretende fazer”, afirma.

Estiveram presentes neste debate do Clube dos Pensadores cerca de 150 pessoas. E acompanharam, via net, no blogue do clube, perto de 100 pessoas.

Na plateia viram-se João Proença, Eurico Brilhante Dias, Narciso Miranda, Mercês Ferreira (vereadora do PSD na Câmara de Gaia), Elísio Pinho, vereador do PSD, entre outros.

Mais um debate , o 94.º debate e a seguir , dia 9 de junho, um membro do Governo ‘sobe ao palco’.

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