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“Estado PS é uma infeção generalizada”, diz Júdice

O comentador e advogado José Miguel Júdice, antiga figura de relevo no PSD, explicou o “esquema” que está a permitir ao PS, no seu entender, assumir “o controlo do poder político nacional”, numa nova versão da famosa prática ‘jobs for the boys’.

De acordo com o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, o PS vai nomeando os ‘boys’ interinamente para estes ganharem “currículo” e, na altura oportunidade, poderem ocupar lugares para os quais devia um concurso público, cujo resultado estava ‘viciado’ ainda antes de ser lançado.

“O Estado PS é uma como uma septicémia, uma infeção generalizada”, começou por explicar Júdice, a propósito de um artigo sobre como o PS tem vindo a ‘tomar conta da máquina da Segurança Social’.

“É um abcesso, e os abcessos ou se isolam ou se extirpam. O problema é que não é só na Segurança Social, é uma infeção generalizada”, frisou.

Salientando que, nos concursos para a administração pública, compete à CReSAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública) indicar três candidatos, Júdice explicou como o PS assegura que o ‘boy’ ganhe esse concurso.

“O que faz o PS? Quando vaga um lugar, nomeia um ‘boy’ interinamente. Vai estando anos, porque consegue-se adiar os concursos [públicos], e quando há concurso o menino ou menina candidata-se tendo experiência de estar naquele lugar. Essa experiência, que poucas pessoas terão, permite-lhe ser selecionado entre os três e o Governo já o pode nomear”, descreveu.

É através desse “esquema” que o PS “controla o poder político nacional”. “Controla o Governo, a Assembleia da República, a maioria das câmaras municipais, a adminstração central e regional e tem enorme importância nas universidades e nos media”, apontou o comentador, na intervenção semanal para a SIC Notícias.

A “bazuca” dos fundos europeus vai apenas aprofundar o problema, pois “é uma oportunidade enorme para fazer cliente, para dar aos amigos, aos conhecidos e àqueles que estão dentro da jogada”, alertou.

“Nunca acreditei em teorias da conspiração, mas tenho noção que os partidos, quando se encontram no poder, tentam ocupar o espaço político. Por causa disso, durante dez anos, fui adversário dentro do PSD do cavaquismo”, concluiu José Miguel Júdice.

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