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Violência do impacto do helicóptero do INEM ditou as mortes, revela estudo preliminar

A violência do impacto, associada à posição invertida da aeronave no momento do choque com o solo, ditou a morte dos quatro tripulantes do helicóptero que caiu sábado em Valongo, refere um estudo preliminar a que a agência Lusa teve acesso.

Segundo a nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), as conclusões preliminares apontam para essa possibilidade, descrevendo que “as forças de desaceleração excederam largamente as tolerâncias humanas, sendo o acidente classificado como de impacto sem probabilidade de sobrevivência”.

Elaborada pela unidade de aviação civil do GPIAAF, a investigação de segurança menciona também que “depois de descolar, a tripulação seguiu uma rota praticamente direta entre Massarelos e Baltar, subindo até aos 1300 pés e atingindo 130 nós de velocidade cruzeiro”.

“Às 18:40, o helicóptero colide com uma torre de transmissão rádio, localizada na serra de Santa Justa, em Valongo, (…) com 66 metros de altura”, que “estava licenciada e foi dotada de equipamento de balizagem luminosa no seu topo”, acrescenta a nota, sustentando não ser nesta fase da investigação “claro se esta balizagem estava operacional no momento do acidente”.

E prossegue: “após a colisão das pás do rotor principal com o mastro da antena e nas espias superiores, a cabine do helicóptero colidiu ainda com outras duas espias de travamento da torre”, sendo que “as condições atmosféricas locais eram caracterizadas por tetos baixos, reportados entre os 300 e os 500 pés, com uma visibilidade horizontal de apenas 1.500 metros. O vento do quadrante Sul (190?) com cerca de 20 nós”.

Devido ao impacto, “iniciou-se uma desintegração continuada de carenagens e outros painéis, bem como a separação de uma das pás do rotor principal, devido ao desbalanceamento do mesmo”, acrescenta a nota informativa, que menciona ter depois a aeronave descrito “uma trajetória balística em rotação lenta sobre o seu eixo longitudinal pela esquerda, vindo a imobilizar-se no terreno a 384 metros após o impacto inicial com o mastro da antena”.

A dinâmica do acidente “levou a uma distribuição de destroços por uma área superior a 24.600 metros quadrados” e “não foram encontrados quaisquer indícios de explosão ou incêndio” antes ou depois do impacto.

Segundo o GPIAAF, o sistema transmissor de localização de emergência (ELT) da aeronave “foi ativado automaticamente pelo impacto, não sendo, no entanto, possível localizar os destroços da aeronave através do sinal deste equipamento, provavelmente, devido à antena do sistema ter ficado danificada e sem ligação à aeronave e equipamento”.

O gabinete informou ter sido notificado do acidente “às 20:42, tendo de imediato deslocado uma equipa de investigação de aviação civil para Valongo”, iniciando a “coordenação da investigação com as autoridades locais às 7:30 do dia 16, com o objetivo de recolha de evidências no local”.

Reiterando o caráter provisório destas informações, o GPIAAF adverte que esta investigação “visa unicamente identificar os fatores causais e contributivos envolvidos nos acidentes ou incidentes, com vista à eventual emissão de recomendações para prevenção e melhoria da segurança da aviação civil”.

Após conclusão da investigação e do procedimento de audiência prévia às partes relevantes, o GPIAAF publicará o relatório final, sendo que, nos “termos da legislação nacional e europeia, se não for possível publicar o relatório final no prazo de 12 meses após o evento, será apresentado um relatório intercalar pelo menos em cada data de aniversário, descrevendo os progressos da investigação e os problemas de segurança eventualmente encontrados”, conclui a nota informativa.

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