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Vídeo: “Sociedade não dá alternativas”, diz advogada do homicida de Salvaterra de Magos

O crime que deixou o País chocado, em Salvaterra de Magos, não tem um só culpado, segundo a advogada de Daniel, o homicida confesso. Em declarações à CMTV, Teresa Manique responsabiliza também o Estado e compreende o jovem. “Ele nem sequer ainda percebeu o alcance do bem e do mal”, diz. E acrescenta: “Errar é humano e sempre que erramos temos direito de recomeçar”. Veja o vídeo.

Depois de a mãe do homicida de Salvaterra de Magos ter condenado a atitude do filho, recusando ajudá-lo na sua defesa, a advogada do jovem encontra motivos para o ato bárbaro.

“Errar é humano e sempre que erramos temos direito de recomeçar”, afirma Teresa Manique, em declarações à CMTV.

A advogada encontra no histórico de vida a razão para o crime violento. E apesar de considerar que a atitude de Daniel “não tem desculpa”, elenca uma série de atenuantes.

“Ele tem 17 anos. Nem sequer ainda percebeu o alcance do bem e do mal. Quem vive num bairro problemático, rodeado de droga, quer comer e não tem, as perspetivas profissionais são iguais a zero”, começa por dizer.

“Explique-me o que é que esse jovem faz. Explique-me o que se passa naqueles bairros em Setúbal. A sociedade não dá alternativas. Nós temos jovens licenciados que são caixas no Pingo Doce. E são licenciados. Um miúdo com parcos recursos, com pouca educação, espera o quê? Incutir-lhe valores?”, questiona.

Teresa Manique afirma que “toda a gente tem direito à melhor defesa”. E não olhou Daniel como um criminoso: “Eu olhei o rapazinho não só como advogada mas como mãe. Acho que nós esquecemos o lado humano, que é um lado que tento preservar a todo o custo. Ele é jovem, tem 17 anos. Errar é uma condição humana e sempre que erramos temos direito de recomeçar. E foi esse o conselho que lhe dei”.

Em declarações à SIC, Manique vai mais longe. A advogada considera que uma condenação não resolve o problema, se o Estado não assumir as suas responsabilidade.

“Ou nós abandonamos o Daniel e responde criminalmente, ou o Estado assume o dever que tem. Aquilo que o Daniel fez não tem desculpa. Mas há motivações”, afirma, sem as revelar, porque o processo está em segredo de Justiça.

“O Estado, em relação ao Daniel, falhou completamente. Internam as crianças e ficam ali. Não querem saber das crianças, são sujeitas a violações, a maus tratos. Há muitos ‘Danieis’ por aí”, sustenta.

A advogada comentou as declarações da mãe do suspeito. Recorde-se que a progenitora revelou que o filho a desiludiu e que o filho “vai ter de responder sozinho”.

A resposta da advogada: “Fico triste com não poder contar com quem deveria contar: a mãe. Se a mãe escreve isso… não tenho palavras”.

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