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Vídeo: Presidente da Coreia do Sul destituída por “traição ao povo” para beneficiar uma amiga

O Tribunal Constitucional destituiu a Presidente da Coreia do Sul, a primeira mulher no cargo, por tráfico de influência. Os juízes não perdoaram a “traição ao povo” feita por Park Geun-hye para beneficiar uma amiga.

Por unanimidade, os oito juízes do Tribunal Constitucional condenaram a Presidente por “atos que violam a Constituição e as leis”, os quais “não podem ser tolerados” e que representam uma “traição da confiança do povo”.

E que traição foi essa? Park Geun-hye, de 65 anos, aproveitou-se do cargo para beneficiar Choi Soon-sil, uma amiga de infância que usou a influência junto da chefe de Estado para ganhar milhões em subornos dos grandes grupos industriais e empresariais, como a Samsung.

A Presidente, que tinha sido suspensa pelo Parlamento em dezembro, após meses de protestos populares (os maiores jamais registados na Coreia do Sul), ficou em silêncio desde que o Tribunal Constitucional comunicou a decisão.

Foi o líder do partido (conservador) quem veio a público, mas apenas para ressalvar que a ex-Presidente vai “respeitar humildemente” a sentença.

Para além do cargo, Park Geun-hye perdeu a imunidade associada, pelo que agora pode ser julgada pelos vários crimes de que tem sido suspeita: tráfico de influência, suborno, extorsão e abuso de poder.

Os apoiantes da primeira mulher a chegar à Presidência do país é que não foram tão humildes perante a decisão do Tribunal Constitucional e, segundo o The New York Times, preparavam-se para o “destruir” se não fossem travados pela polícia. Dos confrontos resultaram a morte de dois manifestantes, de 60 e 72 anos.

Hwang Kyo-ahn, que passou a ser Presidente interino, tem de convocar eleições no prazo de 60 dias.

As Forças Armadas sul-coreanas foram colocadas em estado de alerta e Seul já avisou a Coreia do Norte para não aproveitar causar “provocações adicionais”.

A queda de Park Geun-hye não é apenas um problema do país. No último e mais catastrófico cenário, poderá ter sido o início de uma guerra continental ou mundial.

A Coreia do Sul é um aliado tradicional dos EUA (e, por inerência, do Japão), mas a esquerda (que agora pode regressar ao poder) tem defendido uma aproximação à China, que assim ganharia mais influência na reivindicação dos direitos sobre o mar do Sul da China, que o gigante disputa com o Japão.

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