Mundo

Vibrador recolhia dados sobre o casal e enviava-os para uma empresa

Uma fábrica de vibradores criou um aparelho inteligente, o We-Vibe, capaz de recolher dados sobre a vida íntima do casal. A empresa-mãe, a Standard Innovation, enfrentava um processo num tribunal norte-americano, mas, segundo o The Guardian, já há acordo com os consumidores lesados.

Chamam-lhe “vibrador inteligente”, porque tem a capacidade de se ligar (através de bluetooth) a uma aplicação, através da qual é possível aceder ao controlo do aparelho.

O We-Vibe 4 Plus é comercializado com a finalidade de “permitir aos casais manter a chama acesa, quer estejam juntos ou à distância”, através de controlos que podem ser ativados de forma remota.

Assim, é possível a um parceiro interagir, numa relação à distância, através de videochamada.

Mas o vibrador apresenta uma série de vulnerabilidades de segurança e privacidade.

A particularidade deste equipamento está na sua capacidade de recolher dados que permitem saber quando está a ser usado e, dessa forma, invadir a privacidade do casal.

Essas informações são enviadas para uma empresa externa e parceira da fabricante do vibrador: a Standard Innovation sediada nos EUA.

Os dados são recolhidos e enviados para a Standard Innovation informam a empresa sobre a temperatura do dispositivo, a intensidade de vibração e outros dados sobre os hábitos sexuais dos utilizadores.

As falhas com o We-Vibe foram reveladas pela primeira vez numa conferência em Las Vegas, no ano passado, por utilizadores e hackers. Um casal advertiu para o problema, que considerou “uma questão séria” de “abuso” de privacidade.

O caso suscitou polémica e deu origem a uma queixa num tribunal federal do Illinois. Porém, segundo o The Guardian, haverá acordo com os clientes, que irão receber um valor que ronda os 8000 euros.

O tribunal condenara a empresa a pagar 2,8 milhões de euros, no total, a quem usou o equipamento. Quem o comprou, apenas, terá direito, segundo a sentença, a cerca de 190 euros.

Em destaque

Subir