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Venezuela: Costa diz que planos de contingência poderão “envolver diferentes graus”

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que o plano de contingência para a Venezuela poderá “envolver diferentes graus” consoante a situação no terreno, mas a “primeira prioridade” é “garantir a segurança dos portugueses”.

“O plano de contingência poderá envolver diferentes graus em função da situação concreta existente no terreno, podendo no limite haver situações de evacuação que sejam necessárias”, precisou o chefe do executivo no decorrer de uma visita a Mogadouro, no distrito de Bragança.

António Costa adiantou que os canais “estão todos estabelecidos, devidamente organizados, articulados com os países da região, de forma a que, se for necessário, aconteçam da forma mais segura, mas rápida e tranquila possível”, frisou o primeiro-ministro.

Questionado por uma jornalista quanto a uma eventual “intervenção militar”, António Costa chegou a gracejar: “Pergunta se vamos invadir a Venezuela? Não, não vamos invadir a Venezuela”.

Costa sublinhou que a “primeira prioridade” do Governo de Lisboa “é, naturalmente, preservar e garantir a segurança dos portugueses que vivem na Venezuela”.

Portugal está a trabalhar nesse cenário através do reforço das instâncias e das permanências consulares, mas também das deslocações regulares do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, à Venezuela.

O importante agora é, segundo o primeiro-ministro, assegurar uma “total isenção e imparcialidade na realização de novas eleições”.

“Vamos deixar, como gente de palavra, que o prazo dado [ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para convocar novas eleições] seja cumprido e na sequência disso serão tomadas as ações devidas e, aliás, já previamente anunciadas”, declarou, numa referência ao reconhecimento de Juan Guaidó como Presidente interino com responsabilidade para conduzir o país a um novo sufrágio.

Quanto à necessidade de o executivo acionar os meios para retirar os portugueses, António Costa assegurou que isso acontecerá se, “num cenário indesejável”, se tornar necessário.

O chefe do Governo português disse, contudo, “confiar que a segurança dos portugueses possa continuar a existir” para os que quiserem continuar a residir na Venezuela.

“Continuaremos a acolher todos aqueles que entendam que é em Portugal que devem prosseguir as suas vidas”, salientou.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que “colaborarem com a restituição da democracia”.

Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.

A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.

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