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Um medicamento que cura o alcoolismo eficaz no combate à sida?

Quimica_Laboratorio_Cientista_900Chama-se Dissulfiram, é um medicamento usado para tratar o alcoolismo, mas pode ser muito eficaz para o combate à sida, desde que associado a outras substâncias. O vírus permanece no corpo dos seropositivos, mas de forma inativa. O estudo foi publicado na revista The Lancet HIV.

Será possível combater o vírus da sida com um fármaco que é usado para lutar contra o alcoolismo?

Há um medicamento que tem como finalidade curar a dependência do álcool, mas que, associado a outras substâncias, pode ajudar a ‘adormecer’ o vírus da sida.

Chamado ‘Dissulfiram’, o medicamento tem a capacidade de acordar o vírus, destruindo as suas células, sem provocar qualquer efeito secundário, garantem os autores da investigação, que foi publicada na revista médica The Lancet HIV.

“Acordar o vírus latente é uma estratégia promissora, mas apenas o primeiro passo para eliminá-lo”, destacou Julian Elliot, responsável máximo pela pesquisa, realizada no departamento de doenças infeciosas do Hospital Alfred de Melbourne, na Austrália.

Os investigadores testaram outros medicamentos para combater o vírus da sida, mas sem sucesso. Além de não produzirem resultados, revelaram-se tóximas, o que não sucedeu com este medicamento contra o alcoolismo.

Para a realização deste teste clínico, orientado pela diretora do Instituto Doherty (Melbourne), Sharon Lewin e a sua equipa ministraram um tratamento antirretroviral em 30 pessoas, que receberam doses crescentes do Dissulfiram, ao longo de três dias.

Quando foi ministrada a dose mais alta, foi possível ‘adormecer’ o vírus hiv, sem que os pacientes mostrassem qualquer efeito secundário.

“Este teste mostra que o Dissulfiram não é tóxico, é seguro, e que poderia muito provavelmente ser o único a mudar a história”, defendeu Sharon Lewin, através de um comunicado divulgado pelo Instituto Doherty.

O passo seguinte desta equipa de investigadores é arranjar um modo de eliminar as células infetadas. Este tratamento antirretroviral permitiu controlar o vírus, não não foi capaz de o eliminar.

Os investigadores vão testar outro tipo de combinações medicamentosas, com o objtivo de conseguir eliminar o vírus da sida, até porque consideram que os resultados obtidos são “insuficientes”.

“Ainda estamos muito longe de encontrarmos a solução para obtermos uma verdadeira cura dos pacientes soropositivos e até mesmo uma remissão que permitiria suspender o tratamento”, afirmou à AFP Brigitte Autran, especialista em imunologia e em sida.

O vírus da sida já matou 34 milhões de pessoas e continua na linha da frente dos investigadores.

A Organização Mundial de Saúde coloca a sida nos lugares cimeiros da lista de maiores problemas. Dados relativos a 2014 dão conta de mais de 36 milhões de pessoas que vivem com este vírus.

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