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Um euro ‘gasto’ na saúde mental traz quatro euros de retorno

Investir um euro a a tratar depressão ou ansiedade permite um retorno quatro vezes superior, em termos de saúde e também para a economia, em virtude dos problemas laborais. Um estudo publicado na Lancet Psychiatry, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quantifica pela primeira vez esse retorno.

Os benefícios da prevenção e combate aos problemas de saúde mental foram pela primeira vez quantificados, numa pesquisa coordenada pela OMS e publicada na revista científica Lancet Psychiatry. Estima-se que as doenças mentais tenham um custo anual de 870 mil milhões de euros, em todo o mundo.

Pela primeira vez foram quantificados os benefícios económicos de um investimento nos tratamentos dos problemas de saúde mentais mais comuns, como a ansiedade ou a depressão. Um euro gasto na saúde mental traz quatro euros de retorno.

“O tratamento da depressão e da ansiedade faz todo o sentido, em termos de saúde e bem-estar. Agora, este novo estudo confirma que também faz sentido a nível económico”, salienta Margaret Chan, diretora-geral da OMS, num comunicado daquela organização e do Banco Mundial.

Esta questão ganha relevância em virtude do aumento de casos de problemas do foro mental. Há cada vez mais pessoas a sofrer de ansiedade ou depressão, os distúrbios mais comuns. Entre 1990 e 2013, houve um aumento de quase 50 por cento de casos, de 416 pacientes para 615 milhões, em todo o mundo.

Margaret Chan considera que urge “encontrar uma forma de garantir o acesso aos serviços de saúde mental, para homens, mulheres e crianças”. Até porque uma em cada 10 pesoas padece de um problema mental.

O estudo da OMS fez um cálculo aos custos do tratamento e estabeleceu um paralelo com os benefícios, em 36 países com diferentes níveis de rendimento.

Apostar em medidas como aconselhamento psicossocial e medicação antidepressiva terá um custo estimado em 128 mil milhões de euros. O retorno é muito superior.

De acordo com os autores do estudo, um aumento de cinco por cento na produtividade e na participação da força de trabalho tem um valor acrescido de 349 mil milhões de euros. A melhoria dos níveis de saúde tem também um valor de 271 mil milhões.





Esta conclusão vem alertar para os baixos orçamentos dos governos na saúde mental, que tem apenas três por cento (na média dos países de baixos rendimentos) e cinco por cento (média dos países de altos rendimentos) do total dos orçamentos para a saúde.

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