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Bebé de 20 meses sobrevive a tumor extraído da boca quando era um feto

bebe_apos_nascerChama-se Leyna Mykaella González e mostra-se ao mundo por ter sido alvo de uma intervenção cirúrgica inédita, no útero da mãe: remoção de um tumor na boca, às 17 semanas de gestação. Esta história foi conhecida dois anos depois do diagnóstico. Tammy González, a mãe, fora aconselhada a abortar, por outros médicos norte-americanos. Mas dois especialistas não aceitaram essa sentença de morte… Leyna tem 20 meses e é hoje uma bebé saudável.

A operação foi realizada em maio de 2010, mas a história só agora foi tornada pública, uma vez que os médicos tiveram de aguardar por um relatório, entretanto publicado no American Journal of Obstetrics & Gynaecology.

Esta história com final feliz começou com um pesadelo, quando a mãe da criança, Tammy González, de 39 anos, se deslocou a uma unidade de saúde para realizar exames de rotina, que iriam averiguar a evolução da sua gravidez.

O resultado desses exames, às 17 semanas de gestação, não foi tranquilizador. Pelo contrário: uma ecografia mostrou uma imagem inquietante. Na boca do feto, surgia uma espécie de bolha, de grandes proporções.

Essa bolha, na realidade, era um teratoma oral, um grande tumor crescente da boca do feto. Trata-se de um problema de saúde que afeta uma gravidez em cada 100 mil. Perante este diagnóstico, os médicos consideraram que as hipóteses de a filha de Tammy González sobreviver ao parto seriam quase nulas.

Na melhor das hipóteses, consideraram que, caso o parto não provocasse a morte à pequena Leyna Mykaella, a menina teria de ser sujeitas a diversas operações, que lhe permitiriam respirar e poder suportar várias cirurgias, a seguir ao parto. Assim, foram aconselhados a abortar.

Como qualquer mãe ou pai, a preocupação teve uma proporção semelhante à crença. Devastados, mas não resignados, Tammy e o marido Alain procuraram um pioneiro em medicina fetal: o médico Riuben Quintero. E encontraram a solução para o problema da pequena Leyna Mykaella González.

Riuben Quintero tinha experiência em diversos casos de operações de risco no útero. “O grande problema neste tipo de tumor está associado ao facto de poder crescer muito rapidamente. Podem causar sangramento, o que levará à morte do bebé”, salientou o cirurgião. Nesse sentido, restava uma opção: operar.

Riuben Quintero e Eftichia Kontopoulos, médicos da Universidade de Miami e do Jackson Memorial Hospital, arregaçaram as mangas, não aceitaram o aborto como opção e avançaram para a cirurgia.

Tammy tinha então 20 semanas de gravidez. Foi sujeita a anestesia local para o procedimento médico. Quintero e Kontopoulos, através de um endoscópio comandado por ultrassons, retiraram a massa, também recorrendo a um laser, que permitiu retirar todos os resquícios do tumor da boca do feto.

A operação durou cerca de uma hora. E cinco meses mais tarde, a 1 de outubro de 2010, nasce Leyna Mykaella Gonzalez, saudável, com uma pequena cicatriz no canto da boca. A pequena Mykaella tem hoje 20 meses e é uma criança saudável, enérgica, que tem de cumprir alguns cuidados de saúde, como, por exemplo, uma dieta rica em gordura.

Ontem, cerca de dois anos depois da intervenção, Riuben Quintero e Eftichia Kontopoulos estiveram ao lado da criança, num ato em que tornaram públicos pormenores inéditos da operação.

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