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Trabalhadores da Lusa pedem estabilidade no financiamento e não excluem formas de luta

Os trabalhadores da Lusa aprovaram hoje em plenário uma carta aberta onde pedem “estabilidade no financiamento” da agência e não excluem a possibilidade de avançar para formas de luta se o corte previsto não for revertido.

Na carta, os trabalhadores dizem estar a par das conversações que decorrem entre o Governo e a administração da Lusa sobre o corte de 462 mil euros nos Fornecimentos e Serviços Externos (FSE), afirmando que esperam que “cheguem a bom porto e que o corte seja revertido”.

“Os trabalhadores lamentam que a aprovação anual do Plano de Atividades e Orçamento se tenha tornado um momento de renovada preocupação e pedem estabilidade no financiamento da Lusa”, lê-se na carta aprovada hoje em plenário de trabalhadores.

No documento, os trabalhadores sublinham que “não excluem a possibilidade de avançar para ações de luta se o Governo não se mostrar sensível aos argumentos da administração”, liderada por Nicolau Santos.

A Lusa “tem vindo a ser sucessivamente alvo de cortes, que são injustos, injustificados e contraproducentes, quando é necessário reforçar o papel agência como garante de informação independente”, afirmam os trabalhadores da agência de notícias.

Os acionistas da Lusa aprovaram em assembleia geral no dia 19 de julho, entre outros pontos, o Plano de Atividades e Orçamento da agência de notícias, depois de a sua votação ter sido adiada sucessivamente desde março.9

Nessa reunião magna, o acionista Estado fez uma declaração de voto no qual impôs um limite de 3,630 milhões de euros nos Fornecimentos e Serviços Externos (FSE), o que representa um corte de 462 mil euros, menos 11 por cento do que estava aprovado pelo Conselho de Administração.

No mesmo dia, Nicolau Santos afirmou que os limites impostos pelo Estado nos FSE tornam-no impossível de ser cumprido, a não ser com uma “redução brutal” de correspondentes, e os órgãos representativos dos trabalhadores (ORT) da Lusa juntaram-se numa posição conjunta contra o corte “inaceitável”, alertando que “levará a uma brutal perda da qualidade do serviço” e a despedimentos de jornalistas.

Já num comunicado emitido na última terça-feira, Nicolau Santos anunciou não vai cumprir a aplicação do corte orçamental, sujeitando-se às consequências.

Esta semana, a Direção de Informação da Lusa garantiu não estar disposta a cortar nos pagamentos ou nos correspondentes, na sequência dessa redução orçamental. Os chefes de redação, editores, editores-adjuntos, coordenadores e delegados da agência Lusa também anunciaram que rejeitam qualquer corte.

Na quinta-feira, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse esperar que o Conselho de Administração da Lusa e o Governo cheguem a “um bom equilíbrio” sobre o Plano de Atividades e Orçamento para 2019.

“Está a existir uma articulação – que tem de existir – entre o Conselho de Administração e o Governo. E acho que é melhor não dizer mais nada nesta fase, porque é importante que haja essa articulação e que se consiga chegar a um bom equilíbrio”, afirmou a ministra, que tutela a comunicação social.

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