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“Temos assistido a uma espécie de concurso para ver onde está a exceção à regra”

O primeiro-ministro defendeu a “rigidez” das medidas tomadas para conter a pandemia de covid-19 face à “espécie de concurso” que se gerou à procura das exceções à regra.

“Temos assistido, ao longo da última semana, a uma espécie de concurso para ver onde está a exceção à regra de não ficar em casa”, afirmou António Costa, na comunicação ao país feita esta tarde.

Sem referir casos específicos, nomeadamente a intenção do Pingo Doce (que entretanto recuou) em abrir às 06h30, o governante citou o exemplo da “criatividade de horários”, assim como da “promoção agressiva da venda de bens não essenciais e mesmo apelos ao incumprimento”.

“A regra é simples, temos que ficar em casa. As exceções é para a pessoa que se esqueceu de comprar leite que o possa ir comprar. Compreendemos que as pessoas tenham de passear ou cão ou que precisem de um passeio higiénico, mas não podemos transformar a regra em exceção”, insistiu.

António Costa assumiu, por outro lado, que as autoridades de saúde têm falhado na “comunicação”.

“É manifesto que este nosso esforço de equilíbrio, por deficiência na nossa comunicação, gerou equívocos”, admitiu o primeiro-ministro.

“A culpa é do mensageiro”, acrescentou, mais à frente na intervenção.

Devido a essa “vontade de incumprimento”, o Governo optou pelo sistema de “adotar uma regra rígida”.

“A regra é ficar tudo fechado. Fica determinado o encerramento, a partir das 13h00 de sábado e até às 8h00 de domingo e das 13h00 de domingo até às 8h00 de segunda-feira, de todos os estabelecimentos comerciais ou de restauração, com exceção dos estabelecimentos que já abriam antes das 8h00, consultórios médicos e veterinários, farmácias, funerárias, retalho alimentar de produtos naturais ou dietéticos e com área não superior a 200 metros quadrados e bombas de gasolina”, precisou.

Costa até tinha aberto o discurso elogiando o “acatamento generalizado” das medidas decretadas neste estado de emergência e o “comportamento cívico exemplar por parte dos portugueses”.

Com uma evolução de casos “francamente superior ao que tivemos na pior fase da primeira vaga”, o primeiro-ministro revelou que o número dos concelhos em estado de emergência passou para os 191.

O governante prometeu ainda um apoio à restauração, nos próximos dois fins de semana, correspondente a 20 por cento da perda da receita.

Entram na ‘lista negra’ os concelhos de Manteigas, Freixo de Espada à Cinta, Figueira de Castelo Rodrigo, Coruche, Seia, Proença-a-Nova, Monforte, Vieira do Minho, Mealhada, Celorico da Beira, Castro Daire, Arronches, Nelas, Vila Nova de Foz Côa, Mora, Torre de Moncorvo, Mêda, Mangualde, Salvaterra de Magos, Pampilhosa da Serra, Ourém, Vila do Bispo, Penela, Miranda do Douro, Albergaria-a-Velha, Águeda, Oliveira do Bairro, Arganil, Grândola, Resende, Mira, Ílhavo, Abrantes, Boticas, Coimbra, Almeida, Cantanhede, Almeirim, Ferreira do Alentejo, São Pedro do Sul, Estarreja, Faro, Cuba, Mirandela, Campo Maior, Miranda do Corvo, Alcanena, Ponte de Sor, Condeixa-a-Nova, Arcos de Valdevez, Montalegre, Montemor-o-Velho, Crato, Viseu, Reguengos de Monsaraz, Vagos, Penalva do Castelo, Sousel, Évora, Penamacor, Murtosa, Lamego, Vila Real de Santo António, Albufeira, Carrazeda de Ansiães, Elvas, Vila Nova de Paiva, Alvaiázere, Tábua, Portalegre, Portimão, Ansião, Tavira, Lagos, Aljustrel, Anadia e Sátão.

Da mesma lista saíram os concelhos de Moimenta da Beira, Tabuaço, São João da Pesqueira, Mesão Frio, Pinhel, Tondela e Batalha.

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