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Sonangol negoceia aumento da produção de petróleo com vários operadores

O presidente da Sonangol, Carlos Saturnino, disse que a empresa está em conversações com as principais petrolíferas a operar em Angola para aumentar a produção de petróleo em 250 mil barris por dia até 2020.

De acordo com declarações citadas pela agência de informação financeira Bloomberg, o presidente da Sonangol disse que está em conversações com a Exxon e a Equinor para atingir este objetivo dentro de um ano e meio, apontando para a legislação mais favorável neste setor, que está a interessar empresas como a Chevron e a Total.

Durante a entrevista concedida à Bloomberg durante a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Saturnino disse também que Angola está a trabalhar intensamente para recuperar da descida da produção de petróleo motivada, não só pelos problemas, mas também pela incapacidade em atrair operadores internacionais.

Saturnino disse que a produção de Angola vai aumentar, no mínimo, para 1,673 milhões de barris por dia, cerca de 123 mil acima do volume atual, e que o objetivo é ter negociações diretas com os operadores internacionais e, possivelmente, uma nova ronda de licitação para exploração de petróleo e gás antes de 2019.

A produção de Angola, segundo os dados da Bloomberg, caiu em abril para 1,5 milhões de barris por dia, o volume mais baixo desde janeiro de 2014, sendo que a previsão de produção para agosto aponta para 1,33 milhões, o valor mais baixo da última década, segundo dados da Sonangol.

A Agência Internacional de Energia antecipa um aumento da produção para 1,65 milhões de barris diários até ao final deste ano.

Já hoje, a Lusa noticiou que o petróleo exportado por Angola já rendeu aos cofres do Estado, em cinco meses de 2018, quase tanto como em todo o ano de 2016 e metade do previsto pelo Governo angolano em receitas fiscais petrolíferas até dezembro.

A informação resulta de uma análise da Lusa a vários relatórios do Ministério das Finanças sobre as receitas com a venda de petróleo, que em 2018 já totalizam 231.129.103 barris exportados.

No Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, o Governo angolano inscreveu uma previsão de exportação, em todo o ano, 620 milhões de barris de petróleo, pelo que até maio essa meta foi alcançada em quase 40 por cento.

Em termos de receitas fiscais, em cinco meses de 2018, o Estado angolano encaixou cerca de 1,2 biliões de kwanzas (4.269 milhões de euros, à taxa de câmbio atual). Contudo, este resultado é influenciado pela depreciação do kwanza, em 35 por cento, face ao euro, desde janeiro.

Em todo o ano de 2016, as receitas fiscais com a exportação petrolífera renderam aos cofres de Angola 1,3 biliões de kwanzas e em 2017 pouco mais de 1,6 biliões de kwanzas, devido à quebra na cotação internacional do barril de crude.

Para todo o ano de 2018, o Governo angolano inscreveu no OGE uma previsão de encaixar 2,4 biliões de kwanzas com receitas fiscais provenientes da exportação de petróleo, pelo que até maio já garantiu mais de 50 por cento dessa meta.

No total, Angola vendeu entre janeiro e maio deste ano mais quase 14.900 milhões de dólares (12.800 milhões de euros) em petróleo.

O Governo angolano estabeleceu o preço de referência de 50 dólares por barril de petróleo para elaborar o OGE para 2018, quando o valor no mercado internacional tem estado acima dos 60 dólares, desde o início do ano.

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