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PS olha dados do desemprego e vê Portugal na tragédia grega

miguel_laranjeiro_psA análise do PS aos números do desemprego divulgados hoje pelo Eurostat resultou num ataque ao Governo, que os socialista acusam de criar “uma máquina destruidora de emprego”, em virtude da opção pela austeridade. “Se nada for feito”, diz o deputado Miguel Laranjeiro, Portugal e Grécia vão confundir-se.

Os números do desemprego divulgados hoje pelo Eurostat, relativamente a Portugal, não encerram qualquer surpresa, no sentido de aumento que se verifica. A tendência de subida da taxa de desemprego mantém-se e cifrava-se, em abril, nos 15,2 por cento.

O Partido Socialista reagiu a estes números, pela voz do deputado Miguel Laranjeiro, que teceu críticas ao Governo por persistir no caminho da austeridade, sem pensar no crescimento económico, opção que se repercute, segundo o PS, no aumento do desemprego.

“O Governo está a criar um máquina destruidora de emprego, com consequências brutais na vida dos cidadãos. Até onde teremos de chegar para que o Governo adote as necessárias medidas de combate ao desemprego?, questionou.

Estes dados do Eurostat mostram que Portugal “está a bater recorde em cima de recorde todos os meses”, sendo que o desemprego não é apenas um problema, mas “um drama”. Segundo o deputado, “até agora, o Governo não tem conseguido dar resposta” à escalada do desemprego.

Miguel Laranjeiro reaia aos dados do gabinete de estatística da União Europeia, que divulgou nesta sexta-feira um aumento da taxa no primeiro trimestre do ano em Portugal. A destacar está mais um aumento no que diz respeito à taxa de desemprego jovem (uma subida de 0,7 por cento, para uns assustadores 36,6 por cento). Ou seja, um em cada três jovens estão (números redondos) à procura de emprego sem sucesso, num mercado de trabalho que tem as portas fechadas.

“Por dia, há 300 portugueses que continuam a enfrentar uma situação de desemprego, sendo que 200 dos quais são jovens. Se nada for feito, a realidade da Grécia será o caminho de Portugal, porque todos os meses há um aumento progressivo do desemprego”, salienta o deputado do PS.

E num olhar da realidade em abril, em Portugal, comparativamente com o cenário dos restantes países da Zona Euro e da União Europeia, assinala-se que Portugal coloca-se em terceiro lugar, neste pódio que nenhum país quer pisar.

Segundo o Eurostat, apenas a Espanha (24,3 por cento) e a Grécia (em fevereiro, tinha 21,7 por cento de população sem emprego) apresentam piores registos no que diz respeito à taxa de desemprego. A Letónia, que está fora do projeto da moeda única, mas integra a União dos 27, apresenta exatamente a mesma taxa que Portugal.

Outro indicador que suscita reflexão nos dados do desemprego até abril é o facto de o desemprego das mulheres ter subido mais do que o dos homens, durante o primeiro trimestre do ano. As mulheres apresentam uma taxa de 15,5 por cento, enquanto os homens se quedam pelos 15,0 pontos percentuais.

Numa comparação entre os valores tornados públicos hoje pelo Eurostat e os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), conclui-se que há uma diferença: a autoridade estatística da União Europeia aponta 15,2 por cento, mais 0,3 do que os 14,9 pontos percentuais do INE (entre janeiro e março).

A média do desemprego na Zona Euro mantém-se nos 11 por cento (em março, assinalou-se uma revisão em alta de 0,1 por cento e em fevereiro a taxa situava-se nos 10,9 pontos). Há na União Europeia 17,4 milhões de desempregados, o número mais alto de sempre.

A acrescentar a estas taxas colocam-se os desempregados (jovens e não só) que não estão registados em centros de emprego e que, nesse sentido, estão fora das estatísticas do Eurostat. São pessoas que desistiram da procura de emprego.

Também não integram as estatísticas do Eurostat e do INE pessoas que, não tendo emprego, prestam serviços de modo esporádico e durante pouco tempo. Portugal teria uma taxa próxima dos 20 por cento (cerca de um milhão de pessoas) se estes ‘desempregados’ fossem contabilizados de modo oficial.

Sempre que o Eurostat divulga números do desemprego relativos a Portugal, assinala-se um aumento, tendência que deve manter-se nos próximos tempos e que se enquadra nas previsões do Governo.

A contração do consumo está a provocar mais falências e com o fecho de portas da empresa há desemprego. Por outro lado, as empresas que conseguem reagir ao quadro de crise têm dificuldade em contratar. Perspetiva-se que a taxa de desemprego atinja os 16 por cento no próximo ano.

“Infelizmente, não há uma atitude pró-ativa do Governo, no sentido de combater este flagelo. Pelo contrário, apenas se verifica a aplicação de medidas contribuem para um agravamento do desemprego”, concluiu o deputado Miguel Laranjeiro.

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