A rede Pingo Doce deixou de restringir os pagamentos das compras de valor inferior a 20 euros. Como acontece na maioria das lojas, esses pagamentos poderão ser realizados com cartões de crédito ou de débito.

No início do ano em que a Comissão Europeia deve impor um limite às taxas dos cartões de crédito e débito o Pingo Doce, uma das maiores cadeias de supermercados do país, anunciou que levantou a restrição que impedia os clientes de usar cartões bancários para pagar compras de valor inferior a 20 euros.

De acordo com uma fonte da marca do grupo Jerónimo Martins, citada como oficial pela Lusa mas sem identificação, as lojas do Pingo Doce passaram a aceitar, desde o dia 2, que os pagamentos sejam efetuados com um cartão de crédito ou de débito.

Recorde-se que a restrição, contestada pela Deco e por outras associações de consumidores, teve início em setembro de 2012 como retaliação contra as taxas cobradas pelos bancos para as transações com cartões.

Ao anunciar que deixava de aceitar pagamentos com cartões para compras de valor inferior a 20 euros, o Pingo Doce estimou que a medida traria uma poupança a rondar os cinco milhões de euros por ano.

Como a Unicre reduziu as taxas de forma diferenciada para pequenos e grandes estabelecimentos, segundo o Económico, e visto que os analistas antecipam a definição de um limite comunitário para as taxas sobre transações com cartões bancários, a marca do grupo Jerónimo Martins optou por levantar a polémica restrição.

“Como explicámos aquando do anúncio, a introdução da limitação na utilização de cartões para pagamentos de montantes inferiores a 20 euros prendia-se com os custos objetivamente excessivos relacionados com comissões bancárias que existiam até aqui”, explicou a fonte que a Lusa classificou como oficial.

“Apresentámos a medida como sendo de caráter temporário, uma vez que sempre foi nossa intenção repor a conveniência dos pagamentos eletrónicos independentemente do montante assim que estivessem reunidas as condições de contexto que o propiciassem”, complementou a mesma fonte: “Foi isso que aconteceu no início deste ano”.

De acordo com o Sol, a União Europeia já baixou as taxas aplicadas aos cartões bancários, impondo um limite máximo de 0,2 por cento por movimento.