Fórmula 1

Saída da Ferrari não convém à F1 e vice-versa

Sergio Marchionne fez recentemente uma ameaça de que a Ferrari poderia deixar a Fórmula 1 num futuro muito próximo se certas medidas não fosse implementadas pela Liberty Media, a detentora dos direitos da disciplina. Mas esse tipo de ameaças não é novo. Já sucedeu no passado e não passou disso mesmo, ameaças.

O patrão da FiatChrysler e da Ferrari é contrário a uma partilha de certos órgãos mecânicos entre as equipas, uma vez que isso não faz parte do ADN da F1, mas não será só isso que não agrada à Ferrari.

A equipa de Maranello é aquela que mais dividendos financeiros tira atualmente do seu envolvimento na Fórmula 1, superando mesmo a Campeã do Mundo Mercedes. Um facto que a Ferrari defende com o seu estatuto de escuderia mais antiga da disciplina e mais mítica.

Ross Brawn, responsável desportivo da Liberty Media reconhece que a F1 dificilmente viveria sem a equipa de Maranello: “Acredito que esta ameaça seja assim explícita, pois há pontos cruciais para a Ferrari, que estão ligados aquilo que ela descreve como o seu ADN, e posso compreender as suas interrogações. Conheço a Ferrari por dentro e sei o que é importante por ela”.

“Há coisas que devemos mudar para atingir os objetivos, e a Ferrari deve compreender que esse também é o seu interesse. Ela aprovou os objetivos, mas não está de acordo da forma como os atingir. Vamos trabalhar em conjunto para ver quais são as soluções. É claro que não queremos perder a Ferrari, mas não nos podemos permitir a encontrar soluções bastardas”, refere ainda Brawn.

Por ocasião do jantar de fim de ano em Maranello Sergio Marchionne afirmou que “fazer carros idênticos e motores simples fáceis de transacionar” é algo para competições como a NASCAR, e que isso não interessa à Ferrari e que interessa é pensar como alterar os regulamentos para que as corridas tenham mais ultrapassagens e sejam mais interessantes.

O futuro regulamento técnico da Fórmula 1 para 2021 visa as unidades de potência, a continuidade dos motores V6 turbo híbridos, mas integrando um único sistema de recuperação de energia (MGU-K). O controlo do tamanho do turbo e do design interno do motor fazem parte das intenções avançadas pela FIA e pela Liberty Media.

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