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Rússia decide expulsar quatro diplomatas alemães

A Rússia decidiu hoje expulsar quatro diplomatas alemães em resposta à decisão de Berlim de afastar quatro funcionários russos, no âmbito do caso de envenenamento do antigo espião Sergei Skripal e da sua filha Yulia.

“Esta decisão de Moscovo não é uma surpresa”, afirmou o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Mas, em comunicado citado pela agência de notícias francesa AFP, no qual garante a continuação do diálogo com Moscovo apesar destas medidas.

“Nós não decidimos demitir os diplomatas russos, foi um sinal político necessário e apropriado” em solidariedade com a falta de cooperação de Moscovo no esclarecimento do caso, disse Maas.

O embaixador alemão na Rússia foi um dos convocados para ir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, esta manhã, juntamente com vários outros chefes da diplomacia em Moscovo, para serem informados das medidas de retaliação definidas pelo Kremlin.

O Governo da Rússia está a chamar ao Kremlin os embaixadores dos países que anunciaram a expulsão de diplomatas russos no seguimento do envenenamento do antigo espião russo Sergei Skripal e da sua filha Yulia.

De acordo com os repórteres da agência de notícias francesa AFP que estão em Moscovo a acompanhar a chegada dos diplomatas no Ministério dos Negócios Estrangeiros, os embaixadores de nove países europeus, entre os quais o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e a Polónia, foram chamados pelas autoridades russas.

Os embaixadores de outros países, como a Letónia, a Lituânia, a Eslováquia e a República Checa, já foram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, constataram os repórteres da AFP.

“Em 30 de março, os chefes das missões diplomáticas de vários países acreditados na Federação Russa, que tomaram ações não amigáveis contra a Rússia ‘em solidariedade’ com o Reino Unido no caso Skripal foram convocados ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia”, lê-se numa nota de imprensa colocada no site do MNE russo.

“Os embaixadores vão receber notas de protesto e serão informados sobre as medidas recíprocas”, acrescenta o comunicado consultado pela Lusa.

A convocação dos embaixadores surge no mesmo dia em que o Kremlin garantiu que não foi a Rússia a iniciar uma guerra diplomática, na sequência da expulsão de dezenas de diplomatas russos devido ao caso do envenenamento do antigo espião russo.

O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.

O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.

Em 14 de março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.

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