“A União Europeia não pode ser uma organização de escuteiros”, avisa Durão perante avanços de Putin
Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro português, teme que a invasão russa na Ucrânia possa escalar para outras regiões. “Um Putin acossado é ainda mais perigoso”, vaticina.
“Há possibilidades de ele se espalhar, intencionalmente ou não. Trata-se de conflitos muito perto das fronteiras da NATO”, avisa Durão Barroso, salientando que a União Europeia “não pode ser uma organização supranacional de escuteiros.”
Deste modo, o antigo responsável europeu sustenta que é preciso que o velho continente faça uma reflexão por forma a enfrentar a realidade atual e a que poderá vir.
“É desejável que a União Europeia esteja agora a atingir a sua maturidade geo-política, a perder muitas das suas ilusões e se decida a olhar a sério para as questões de defesa, não por qualquer belicismo, mas é a velha máxima romana: ‘se queres a paz, prepara-te para a guerra'”.
Durão Barroso nota que na Alemanha essa situação já passou a ser praticada. “Foi extremamente importante a mudança de posição da Alemanha”.
O antigo responsável pela Comissão Europeia, em declarações na Renascença, sublinha que “por razões históricas e compreensíveis” o governo germânico “tem tido alguma inibição na utilização da força militar”.
Porém, “agora deu um passo importantíssimo: dois por cento do PIB em Defesa significa que vai ter a curto e médio prazo umas Forças Armadas maiores do que a França e o Reino Unido”.
Durão Barroso diz que a Europa tem de encarar com seriedade todos os desenvolvimentos na Ucrânia e acredita que é preciso ter em atenção as decisões que Vladimir Putin está a tomar.