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Rui Rio fala em “mistura” entre funções de Costa primeiro-ministro e candidato

O presidente do PSD considerou hoje que existe “uma mistura” entre as funções de António Costa, depois do anúncio do primeiro-ministro, e líder do PS, estar a ponderar deslocar-se aos Açores por causa da passagem de um furacão.

O secretário-geral socialista cancelou hoje uma arruada na Nazaré e antecipou em um dia a visita às obras de requalificação do Itinerário Principal 3 por estar a ponderar deslocar-se aos Açores, na quarta-feira, enquanto primeiro-ministro, para acompanhar os preparativos da Proteção Civil em relação à passagem do furação Lorenzo.

Questionado sobre a decisão, o presidente do PSD assinalou que “é difícil ter uma opinião” sobre o assunto porque há “uma mistura entre as funções de candidato e as funções de primeiro-ministro”.

“Enquanto candidato não faz sentido, enquanto primeiro-ministro pode fazer sentido, ou não, não sei”, disse à margem da visita ao Centro Hospitalar Tondela-Viseu.

Na ótica de Rui Rio, as mudanças na agenda de campanha do PS são justificáveis para acompanhar a situação naquele arquipélago, mas para se deslocar lá talvez não.

“Para acompanhar sim, para se deslocar lá não sei, porque, como nós sabemos todos desde pequenos, nós não conseguimos travar o vento com as mãos”, sustentou, questionando os argumentos de António Costa, uma vez que, “sem mais argumentos”, diz não ver razão para tal.

“Quanto às razões que o Dr. António Costa, enquanto primeiro-ministro, possa ter para lá ir, tem de ser ele a dizer, não sou eu. Dizendo as razões eu poderei ter uma opinião, assim não”, vincou.

O presidente do PSD, confrontado sobre tratar-se de uma eventual manobra de distração do caso de furto de material militar, rejeitou essa possibilidade, uma vez que não vê “nenhuma relação entre Tancos e o furacão, ou seja, o que for”, nem “que o furacão tenha nascido por causa de Tancos”.

“O que eu espero é que a Proteção Civil esteja toda – e acredito que está, mal fora se não estivesse face a tanto anúncio de que vem aí o furacão -, que a Proteção Civil de caráter nacional esteja também nos Açores, no sentido de prevenir tudo o que é de prevenir e ter a capacidade de resposta imediata que for necessária, se se vier a verificar que o furacão passa mesmo ali”, assinalou Rio.

Notando que “ainda não é completamente seguro que [o furacão] passe” nos Açores, o social-democrata afirmou que “era bom que não passasse, que passasse ao largo”.

A Autoridade Marítima determinou já o encerramento, a partir das 22:00 de hoje, dos portos na ilha do Faial, São Jorge, Pico, Corvo e Flores, devido às previsões do estado do mar na sequência da passagem do furacão Lorenzo.

Os primeiros efeitos do furacão, atualmente na categoria 02, deverão começar a fazer-se sentir a partir da noite de hoje nos grupos Ocidental e Central dos Açores, com vento forte, agitação marítima e chuva.

Depois de uma reunião com a administração e de uma visita à urgência do Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, Rui Rio voltou a acusar o ministro das Finanças, Mário Centeno, de ser, na prática, o verdadeiro governante deste setor, desta vez com um exemplo concreto deste hospital.

“Em outubro de 2017, faz agora dois anos, foi adjudicada a obra de alargamento da urgência, que funciona em situação muito precária, com os corredores cheios de macas. Por força da atuação do ministro Mário Centeno a verba foi cativada e dois anos depois a obra não foi feita”, criticou.

Segundo Rui Rio, quando a verba foi finalmente autorizada, “há dois ou três meses”, o empreiteiro recusou fazê-la porque, entretanto, os preços já se alteraram.

O líder do PSD referiu ainda que o valor total da obra seria de 7 milhões de euros, mas dos quais o Orçamento do Estado apenas teria de financiar “um milhão e pouco”, já que o resto seriam verbas comunitárias.

“A urgência está em situação precária porque o ministro Mário Centeno, feito ministro da Saúde, cativou uma verba que, para o Orçamento do Estado, era de um milhão de euros”, lamentou.

Rui Rio voltou a recusar adiantar quem gostaria de ter como ministro da Saúde num eventual Governo PSD – depois de hoje ter anunciado que Arlindo Cunha seria a sua escolha para a Agricultura -, dizendo já ter o nome “na cabeça”, mas ainda não ter falado com próprio.

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