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O rim desta mulher tem 100 anos e pertenceu à própria mãe

Chama-se Sue Westhead e conta 68 anos de idade. No entanto, o seu rim conta já 101 anos. Pertenceu à mãe desta britânica, que não hesitou em doá-lo à filha, quando esta foi diagnosticada com uma insuficiência renal. Corria o ano de 1973.

É uma história de amor incondicional, como o amor de um progenitor pelo filho, mas também uma história de laços físicos. A ciência uniu-se aos afetos e juntou uma mãe e a filha. O rim que funcionou enquanto Sue Westhead estava a ser gerada funciona no seu corpo, desde 1973. O órgão conta quase 101 anos.

Sue Westhead tem 68 anos de idade e vive no condado de Durham, na região norte de Inglaterra. Nasceu saudável, mas em 1973, quando tinha 25 anos, foi diagnosticada com insuficiência renal.

“Quase não conseguia caminhar e tinha uma cor de pele estranha, amarelada. Recordo-me de estar muito assustada, sobretudo porque estava ao lado de pessoas que estavam a morrer, num quarto de hospital”, conta a britânica.

A vida estaria em risco, se não fosse transplantada – tinha apenas 10 por cento da atividade renal. E a mãe de Sue, que contava então 57 anos, não hesitou em doar o seu rim à própria filha. A operação decorreu no Hospital Royal Victoria de Newcastle.

“Imediatamente, recuperei um aspeto saudável e a cor de pele rosada”, recorda.

Apesar de tudo, as perspetivas médicas eram, na altura, pouco otimistas. No entanto, a britânica superou todos os quadros negros e o mais complicado desafio da sua vida.

O rim doado pela mãe já tem 100 anos. E Sue acredita que essa longevidade do órgão deve-se aos genes da mãe.

“A minha mãe deu-me, literalmente, vida, de novo. Sem o seu rim, eu não teria podido viver”.

Esta história tem um caráter simbólico, mas serve de alerta para a necessidade de doação de órgãos. Por ano, morrem milhares de pessoas enquanto aguardam por um transplante.

Desde que foi transplantada, Sue Westhead passou a viver dependente de comprimidos. Toma 20, por dia, todos os dias, para que o rim não seja rejeitado.

Segundo as perspetivas médicas atuais, um transplante de um dador vivo dura, em média, 20 anos. Na época em que esta britânica foi operada, apenas 40 por cento dos rins conseguiam durar cinco anos. Porém, este caso supera todas essas estimativas.

A história recupera atualidade pelo número redondo do rim: cem anos. Mas foi relatada pelos jornais de então, numa altura em que era raro ocorrerem operações do género, com dadores vivos.

“É uma história extraordinária de alento e esperança a quem é submetido a diálise e para estimular as pessoas a serem dadores vivos”, destaca Derek Manas, presidente da Sociedade Britânica de Transplantes.

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