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Porque enjoamos? Porque o cérebro acha que fomos envenenados

Muitas pessoas sentem enjoos quando estão em movimento – a andar de carro, por exemplo. Dean Burnett, um neurocientista britânico, dedicou-se ao estudo deste fenómeno e escreveu um livro onde apelida o nosso cérebro de “idiota”. E conclui que o nosso cérebro não se adaptou aos tempos modernos.

O mal-estar que inúmeras pessoas sentem quando estão em movimento – a viajar de carro, de comboio ou noutro meio de transporte – foi alvo de um estudo por parte do investigador da Universidade de Cardiff, Dean Burnett, que publicou um livro chamado ‘The Idiot Brain’.

Não é tão raro quanto pensa e ocorre em diferentes situações: um enjoo inexplicável, ou cuja explicação se prende com algo tão normal como estar em movimento.

A náusea ocorre em muitas pessoas, por exemplo, quando vão viajar. E a razão desta indisposição, segundo o neurocientista Dean Burnett, deve-se a uma confusão gerada pelo cérebro humano, que é incapaz de distinguir se estamos parados ou em movimento e envia sinais errado ao estômago, como se assumisse que o corpo está a ser envenenado (o que justifica o fenómeno seguinte: o vómito).

A confusão no cérebro gera-se porque o corpo (em si mesmo) está parado, sem atividade física, mas a paisagem sugere exatamente o contrário. Outras atividades sensoriais, os estímulos visuais e o equilíbrio, por exemplo, partem do pressuposto de que o corpo se mexe, quando ele está, na verdade, em perfeito repouso.

Dean Burnett aponta que os músculos permanecem relaxados, mas os olhos observam movimento. Uma parte do cérebro (o tálamo) recebem sinais de locomoção, o que provoca uma confusão no cérebro, que assume a presença de toxinas ou envenenamento.

Em consequência, há uma reação de náusea, porque o cérebro envia uma mensagem para o estômago, de eliminação de substâncias potencialmente perigosas.

“O único fenómeno capaz de provocar um desencontro sensorial é uma neurotoxina ou veneno. Nesse sentido, o cérebro assume que está a ser alvo de envenenamento. E a primeira reação é querer ver-se livre do veneno, vomitando”, explica Burnett, ao The Telegraph.

Esta teoria também ajuda a perceção os enjoos que ocorrem quando olhamos para um ecrã ou quando lemos um livro. Nestas alturas, o cérebro percebe que está em movimento, mas recebe a mensagem de que o corpo está parado. E fica confuso.

O neurocientista conclui que há ainda uma incapacidade cerebral de adaptação aos tempos modernos. O jet-lag é outro exemplo desta teoria de Dean Burnett.

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