O próximo “Roteiro” do Presidente da República vai evocar o 25 de Abril, tendo por base os 40 anos de democracia. “É preciso pensar Portugal e qualquer altura é boa para isso”, sustenta Lobo Antunes, o comissário nomeado por Cavaco Silva.
Quarenta anos passados sobre o 25 de Abril, qual é o futuro do país? Para estimular as respostas, o Presidente da República vai dedicar o próximo Roteiro ao debate sobre “democracia”, “compromisso”e “desenvolvimento”. Em 2014, para assinalar os 40 anos do 25 de Abril, Cavaco Silva vai patrocinar a conferência “Portugal, Rotas de Abril”.
A importância da iniciativa é justificada por João Lobo Antunes, o conselheiro que o Presidente nomeou como comissiário da conferência: “é preciso pensar Portugal e qualquer altura é boa para isso”. O ano em que termina o resgate da troika e que antecede o ano de eleições legislativas são apenas dois motivos que reforçam a “boa altura” para a iniciativa, complementou.
Com esta “iniciativa pioneira”, o Presidente demonstra que “não poderia ficar indiferente ao aniversário do 25 de Abril e à urgência de repensar Abril”, complementou Lobo Antunes, lembrando “este tempo áspero em que vivemos. Já nos vimos em muitos apertos, este não foi o primeiro nem será certamente o último”.
A saída da troika servirá para o país se lembrar que ‘há mais vida para além da economia’, como adiantou David Justino, que coordena os “Roteiros do Futuro”: “o desenvolvimento, um dos eixos da conferência, não é só desenvolvimento económico. A preocupação é pensar o futuro de forma prospectiva, pensar nos desafios que nos permitirão ter padrões de vida mais avançados que não apenas do ponto de vista económico”.
Quarenta anos após a revolução que deu início aos “três dês”, a troca de “descolonização” por “compromisso” justifica-se pela necessidade de “alcançar um bem comum”, um objetivo que só será possível mediante um compromisso político que garanta “a durabilidade das políticas públicas”, insistiu Lobo Antunes.
A conferência “Rotas de Abril” será a terceira dentro dos “Roteiros do Futuro”, depois do Presidente ter promovido os debates sobre os desafios da demografia e do lugar de Portugal na Europa e no mundo.
