Nas Notícias

Racismo institucional nas escolas portuguesas preocupa

Um estudo de investigadores portugueses deixa um alerta para a necessidade de se combater aquilo a que chamam de “racismo institucional” nas escolas nacionais, que leva a que se ‘desista’ de alguns alunos.

O racismo, ao longo dos anos, tem concentrado esforços de entidades internacionais para tentar acabar, tanto quanto possível, esta situação a nível mundial, nas mais diversas áreas de atividade. Porém, nem sempre é possível e vão sendo conhecidos alguns casos em que o respeito pela pessoa é ignorado pela questão racial.

Agora, um estudo elaborado pelo Instituto Universitário de Lisboa, divulgado pela Antena 1, nesta terça-feira, aponta para esta realidade.

A análise dada a conhecer nota que existe racismo institucional nas escolas portuguesas onde, muitas vezes.

“Nesse sentido, sim, pode-se falar de racismo”, avisa Teresa Seabra, professora que orientou este estudo sobre desigualdades sociais em Portugal e na Europa.

Esta investigação aponta para uma realidade onde, não raras vezes, os docentes ‘desistem’ de investir tempo com estes alunos.

Aliás, Teresa Seabra salienta que muitos alunos estrangeiros são encaminhados para vias de ensino alternativo, como a escola profissional e isso deve “ser motivo de preocupação”.

“Nem sequer tentamos ensiná-los, partindo da ideia de que não valerá a pena o esforço a desenvolver”, explica à rádio pública.

E justifica o que o estudo permite perceber: “Porque a probabilidade deles não conseguirem aprender é maior e isso desmobiliza o próprio investimento do docente nesses alunos.”

Enquanto vão percorrendo o sistema de ensino “em vez de irem tendo acrescidas oportunidades, vão tendo limitadas as suas oportunidades cada vez mais, progressivamente.”

“As condições sociais das famílias, das condições de trabalho das próprias famílias ou de não trabalho”.

Recentemente, a secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade tem desenvolvido esforços para tentar ter dados sobre discriminações e desigualdades.

Aliás, já foi adiantada a possibilidade pelo Governo, em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de tentar recolher dados no próximo ‘Censos de 2021’ sobre questões étnico-raciais da população.

“Os afrodescendentes e ciganos estão em Portugal há séculos”, referiu Eduardo Cabrita, em setembro de 2017, ao Público.

O atual ministro da Administração Interna exemplificava então: “São tão portugueses como eu” e é preciso “melhorar a informação” sobre estes grupos.

Em destaque

Subir