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Quem é Bolsonaro, o novo Presidente do Brasil? (com vídeo)

Jair Bolsonaro acaba de vencer as eleições presidenciais do Brasil, derrotando Fernando Haddad, o candidato da esquerda. Defensor de ideais de extrema-direita, o homem que sucede a Michel Temer esteve sempre no centro do debate político, no Brasil e no mundo, nos últimos meses. Mas quem é Bolsonaro?

Jair Messias Bolsonaro foi eleito 38.º Presidente da República Federativa do Brasil 55 por cento), enquanto Fernando Haddad (PT), conquistou nesta segunda volta 44,85 por cento.

Os resultados foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral cerca das 21h00 locais (00h00 em Lisboa), duas horas após o fecho das últimas urnas.

Jair Bolsonaro sucede a Michel Temer como Presidente da República. Mas é ele o verdadeiro presidente a emer.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 –, Jair Messias Bolsonaro nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) e iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

Mas quem é este candidato polémico, que defende ideais de extrema-direita e nutre simpatia pelos atos de tortura praticados pela ditadura militar no Brasil? O candidato do Partido Social Liberal tem um histórico de propostas controversas, entre as quais a esterilização dos pobres.

O antigo capitão do exército brasileiro, agora reformado, é conhecido por proferir discursos homofóbicos, sexistas, racistas e favoráveis ao uso indiscriminado da violência para combater o crime organizado no Brasil.

Bolsonaro balizou a sua carreira política com posições polémicas como a defesa de atos de tortura e violações ocorridas no Brasil durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.

Nas eleições gerais de 2014, foi o candidato mais votado do estado do Rio de Janeiro para a Câmara dos Deputados.

Três anos mais tarde, foi considerado o parlamentar mais influente nas redes sociais.

E em janeiro de 2018, filiou-se no PSL, o nono partido da sua carreira política, que teve início em 1989, quando foi eleito vereador do Rio de Janeiro.

Jair Bolsonaro defendeu, por exemplo, a esterilização dos pobres, como forma de combater a criminalidade e a pobreza.

“O pobre só tem uma utilidade no nosso país aqui: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que temos. Só serve para isso e mais nada”, disse em 2013, no plenário, criticando um programa de apoio à educação e às famílias.

Em março de 2011, voltou a abordar os apoios aos pobres, para criticar o facto de se “ajudar que, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios para controlar a sua prole. Nós [não pobres] controlamos a nossa, o pobre não controla”.

Antes, em 2003, propunha uma “rígida política de controlo de natalidade”.

“Chega de dar meios a casais coloquem gente que não tem a mínima condição de ser cidadão no futuro”.

O cardápio de frases polémicas de Bolsonaro não tem fim. Em 2008, avançava com uma controversa medida que impedisse os pobres de procriar.

“Não adianta nem falar em educação porque a maioria do povo não está preparada para receber educação e não vai se educar. Só o controlo da natalidade pode nos salvar do caos”, afirmou.

Um ano depois, apontava o dedo às crianças, num país onde não há planeamento familiar.

“Temos três milhões de crianças menores de 3 anos sem creche. E cobrando meios para colocar essa molecada em creche. Hoje em dia, uma criança não vai à escola para aprender, vai para comer”.

Assim, propunha a esterilização dos pobres.

Veja o vídeo:

https://playbuffer.com/watch_video.php?v=5OYUO14HD11K

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