Está consumada a queda do Governo, depois de aprovada uma moção de rejeição, com votos a favor de PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN. Na Assembleia da República, nesta terça-feira, foi reformulada a expressão “arco da governação”.
A maioria de esquerda parlamentar e o PAN derrubaram o Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
Sem surpresas, mas com uma carga simbólica fortíssima, a esquerda uniu-se para, a uma só voz, derrubar o Governo do PSD e do CDS-PP.
A moção de rejeição (uma das quatro que foram apresentadas) foi aprovada com 123 votos favoráveis do PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN, e 107 votos contra, das bancadas do PSD e do CDS-PP.
É o fim precoce de um executivo que tomou posse no passado dia 30 de outubro e que, onze dias depois, cai por decisão dos deputados que compõem a maioria de esquerda.
As moções que prometiam derrubar o executivo de Passos Coelho foram entregues a Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, ao final da manhã.
A votação decorreu durante a tarde, depois de assinados os acordos entre PS, PCP, Bloco de Esquerda e PEV, tendo em vista o suporte de um Governo liderado por António Costa.
Passos Coelho liderou, assim, aquele que se tornou o governo mais curto da Democracia portuguesa – até agora, o quinto governo provisório tinha esse título, tendo durado pouco mais de um mês (entre 8 de agosto e 19 de setembro de 1975).
A palavra regressa agora ao Presidente da República, que deverá chamar o secretário-geral do PS, para formar Governo.