Nas Notícias

Presidente Marcelo “abandalhou um bocadinho, apalhaçou a função”

Vitorino Silva volta a entrar na corrida à Presidência da República por sentir que, em diversos momentos do mandato, o atual chefe de Estado “apalhaçou a função”.

O candidato, mais conhecido como ‘Tino de Rans’, assumiu que até gosta de Marcelo de Rebelo de Sousa.

“O povo gosta dele, eu gosto. Nunca vou dizer mal de um adversário, mas posso ter opinião”, começou por enquadrar, na entrevista à RTP.

“O nosso Presidente, em algumas alturas do mandato, abandalhou um bocadinho, apalhaçou a função”, acusou.

De acordo com Vitorino Silva, Marcelo “só cria focos mediáticos”.

“Só aparece com o povo quando há focos, porque tem a necessidade de aparecer. Por vezes, aparece de mais. Houve vezes em que falou de mais e outras em que devia falar e esteve calado. Quando a notícia é boa, é o Presidente que fala, mas foge das notícias más. Foi muito forte com os fracos e fraco com os fortes”, sustentou.

Confiante numa passagem à segunda volta, Tino de Rans salientou que “o grande adversário” do atual Presidente da República “é o próprio Marcelo”.

Sempre com a mira no atual chefe de Estado, o antigo militante socialista classificou Marcelo como o candidato do PS.

“Muitas vezes, andou a embalar o [António] Costa. Embalaram-se os dois, porque Marcelo sabia que ia ser candidato outra vez e precisava do voto dos socialistas, enquanto o Costa foi perspicaz e deu liberdade de voto aos militantes”, explicou.

Famoso desde que abraçou António Guterres num congresso do PS, o antigo militante socialista garantiu que não está “desiludido” com o partido.

“Eu faço parte da história do PS, mas este não é o meu partido. As pessoas lembram-se desse momento porque eu não fui falar com o chefe, fui falar para fora”, afirmou.

O partido de Vitorino Silva agora é outro, o RIR.

“Há cinco anos, chamavam-me o candidato provisório. Tive 152 mil votos, tive mais votos do que a Iniciativa Liberal e o Chega juntos”, lembrou, falando sobre a anterior corrida a Belém.

Nas eleições presidenciais de 24 de janeiro, Vitorino Silva apresenta-se a votos para “não deixar o sistema ir a reboque sozinho”.

“Há sistema, antissistema e fora do sistema, eu sou fora do sistema. Estou aqui porque o povo está acordado. Eu incomodo. Fui presidente de junta com 21 anos, não é impossível ser Presidente da República. Em 900 anos, o povo foi sempre figurante, chegou a altura de tomar o papel principal”, finalizou.

Em destaque

Subir