“PS contribuiu para a afirmação” de Ventura, acusa Pedro Nuno Santos
O ministro Pedro Nuno Santos, apontado dentro do PS como possível sucessor de António Costa, responsabilizou o partido pela “afirmação do candidato da extrema-direita”, André Ventura.
Em causa estava a falta de apoio oficial do PS a Ana Gomes, militante socialista que concorreu à Presidência da República com o apoio do PAN e do Livre.
“O PS contribuiu involuntariamente para a afirmação do candidato de extrema-direita” ao optar por “não marcar presença no debate político das presidenciais”, escreveu o ministro das Infraestruturas e Habitação.
Num artigo de opinião, publicado pelo Público, o dirigente socialista insistiu que, “se não tivesse surgido a candidatura de Ana Gomes”, Ventura teria “muito provavelmente ficado em segundo lugar nestas eleições presidenciais”.
“Se tivesse apresentado um candidato próprio, o PS até poderia ter perdido a corrida eleitoral de 24 de janeiro, mas teria reforçado a polarização entre esquerda e direita e, com isso, a estabilidade da democracia”, reforçou Pedro Nuno Santos, visto por parte do PS como opositor do rumo definido pelo secretário-geral do partido, António Costa.
Caso André Ventura, deputado e líder do Chega, tivesse sido o segundo candidato mais votado nas presidenciais de 24 de janeiro, iria “apresentar-se ao país como a verdadeira oposição ao sistema, ou seja, à democracia que conhecemos”, concluiu Pedro Nuno Santos.
Ventura recolheu 11,90 por cento dos votos, abaixo dos 12,97 por cento de Ana Gomes, numas eleições confortavelmente ganhas por Marcelo Rebelo de Sousa, com 60,70 por cento dos votos.