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Presidente da República vaiado por manifestantes em Évora

cavacosilva4O Presidente da República, Cavaco Silva, foi recebido esta manhã por cerca de 300 manifestantes que se encontravam junto às novas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer. “Cavaco escuta, o povo está em luta”, foram algumas das palavras de ordem dirigidas ao Chefe de Estado.

Numa visita no âmbito da inauguração das instalações da empresa, perto de três centenas de pessoas reuniram-se para receber Cavaco Silva com cartazes e bandeiras negras, enquanto gritavam frases como “FMI não manda aqui” e “Cavaco, Passos e Portas é tudo a mesma tropa”.

A poucas horas do Conselho de Estado, marcado para as 17h, e de mais uma manifestação junto à porta do Palácio de Belém, em Lisboa, onde mais de 10 mil pessoas já confirmaram presença através do Facebook, Cavaco Silva foi confrontado com um protesto convocado pela União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE) que pretende contestar a “atual política que destrói o país”.

“Estou aqui também porque o Presidente da República é cúmplice deste Governo”, admitiu Ana Cruz, uma das manifestantes, acrescentando que marcou presença para exigir a Cavaco Silva “para olhar para o povo e para acabar com as políticas vergonhosas do Governo.”

O Conselho de Estado convocado pelo Presidente da República vai ter início às 17h00 e terá como tema a instabilidade política e social das duas últimas semanas, resultante das novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Em reação, Cavaco Silva afirmou ser necessário “ouvir os portugueses” e pôs de lado uma eventual crise política, considerando que esta seria “dramática” para o país.

“Cada português pode imaginar o que é que sucederia a Portugal, país que depende enormemente, todos os dias, do financiamento das instituições internacionais para o desempenho das funções do Estado, para o funcionamento das empresas e dos bancos, se juntássemos a essa situação uma crise política”, alertou o Presidente da República, acrescentando que o resultado seria, “inevitavelmente” o resvalamento “para a situação em que se encontra um outro país europeu”, em alusão à Grécia.

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