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Porque Félix escapou ao FC Porto? Toda a história contada por Bino

“Há momentos na carreira em que é bom o jogador perceber que tem de lutar por uma posição”, diz Bino, técnico que orientou Félix nas camadas jovens do FC Porto.

Em entrevista à TSF, Bino explicou porque a atual revelação do Benfica não se conseguiu impor de azul e branco.

O técnico deu a entender que desde cedo João Félix evidenciou um talento invulgar, mas sugere que Félix também apresentou sinais de vedetismo.

“Quando nos dizem que temos muito talento, pensamos que não precisamos de correr muito, porque esse talento nos vai levar seja onde for. E achamos que é impensável que não joguemos, porque somos os melhores, se toda a gente diz que nós somos os melhores”, começou por realçar.

“Há momentos na carreira – e acho que a formação é importantíssima nesse sentido – em que é bom o jogador experienciar não jogar, experienciar entrar a partir do banco e perceber que tem de lutar por uma posição, perceber que só esse talento não chegar para atingir os patamares que se pretendem quando se chega a sénior. E foi um bocadinho isto que se foi passando”, frisou Bino.

Para o treinador das camadas jovens do FC Porto, João Félix demonstrou “alguma insatisfação” por não ser titular indiscutível.

“Havia outros jogadores que também davam rendimento e ele foi passando por jogar e não jogar”, lembrou.

Surgiu então em cena o Benfica, que – segundo Bino – avançou com números superiores aos propostos pelos dragões.

“O FC Porto queria continuar com o jogador, mas surge o interesse do Benfica e outros valores se levantam. O João Félix acaba por não querer assinar pelo FC Porto. Ele já ganhava dinheiro no FC Porto, só que o Benfica ofereceu muito mais”, afirmou o treinador portista.

Bino deixou ainda um ‘conselho grátis’ ao rival Benfica: é preciso evitar que João Félix se deslumbre com os elogios, mesmo que o jovem talento pareça “ter os pés bem assentes no chão”.

“Às vezes, não é fácil todos os dias ver num jornal que eu sou o melhor mesmo com esta idade. Isto leva-nos a outros problemas. Se eu sou o melhor, porque é que sou o mais mal pago? Isto leva-nos a querer outras coisas e o foco pode deixar de ser o fundamental, que é jogar”, concluiu o técnico portista.

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