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Este polícia é o pesadelo dos malfeitores de animais

Os contrabandistas e caçadores furtivos conhecem bem o nome do inspetor Martin Sims, o super-polícia britânico que mais defende a vida selvagem.

O negócio das atividades ilícitas envolvendo animais – como o tráfico de marfim ou de barbatanas de tubarão, por exemplo – vale mais de 26.000 milhões de euros por ano, mas seria muito mais rentável sem a Britain’s National Wildlife Crime Unit, uma polícia britânica que investiga os crimes contra a vida selvagem.

Esta equipa policial, considerada pelos especialistas como a melhor no mundo na sua área de intervenção, é liderada por Martin Sims, um dos dois únicos agraciados em 40 anos com o prestigiado prémio Clark R Bavin.

Na onda do mediatismo da “cena mais eletrizante da televisão”, a perseguição de uma centena de cobras a uma iguana bebé, o The Telegraph aproveitou para dar ao conhecer ao mundo este super-polícia.

“Se está vivo e vale algum dinheiro, vai ser traficado”. Este é o mote subjacente à atividade polícial de Martin Sims, um homem de 54 anos, casado, com dois filhos e que vive na região de Sussex.

“Se algum animal valer dinheiro, vai haver um criminoso a tentar aproveitar”, insiste.

Numa longa entrevista, o chefe da unidade especializada em vida selvagem citou alguns dados dos dez anos de intervenção.

Por ano, são analisados mais de 2500 casos suspeitos. Foi assim que a polícia intercetou um carregamento de uma espécie em risco crítico de extinção de iguanas de San Salvador e deteve os dois romenos que as tentaram contrabandear desde as Bahamas, pelo aeroporto de Heathrow.

Um dos polícias que entretanto saiu da equipa conseguiu impedir, há cinco anos, o contrabando de 14 ovos de falcão peregrino, que iam deixar o aeroporto de Birmingham rumo ao Dubai, num negócio avaliado em… quase 80 mil euros.

“Há sempre uma tristeza mesmo quando temos sucesso”, explica Martin Sims: “Se recuperamos partes de um macaco lembramo-nos que ele andava, algures, livre na natureza. E assim se exterminam espécies da face do planeta”.

Ainda assim, foi graças à equipa deste super-polícia que as autoridades prenderam os 14 membros dos Rathkeale Rovers, um gangue formado por irlandeses que atacava museus, casas de leilões e as casas de colecionadores para roubar cornos de rinoceronte, que atingem valores exorbitantes no mercado negro do leste asiático.

Só o roubo no Museu Oriental da Universidade de Durham rendeu mais de 18 mil euros, apenas um pouco acima dos 17 mil euros alcançados no assalto ao Museu Fitzwilliam (no vídeo abaixo).

No início da carreira da Martin Sims, a caça à raposa ainda era legal no Reino Unido. As coisas têm melhorado, mas “o mundo caminha para um desastre”, avisa o super-polícia: “Por vezes, desespero. Não vejo futuro se não tomarmos medidas drásticas para preservar a vida selvagem”.

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