“Vacinação deve ser reajustável”. Governo reage às críticas de bombeiros e polícias
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, reagiu às críticas de bombeiros e forças de segurança, depois do reajustamento das prioridades do plano nacional de vacinação contra a covid-19.
Face à escassez de doses, Henrique Gouveia e Melo, o novo coordenador da ‘task force’, determinado que 90 por cento das vacinas disponíveis são destinadas a idosos, de acordo com o Expresso.
Com apenas 10 por cento das vacinas a ‘sobrar’, o processo de vacinação de outros grupos prioritários, como bombeiros e polícias, vai atrasar, o que já começou a gerar contestação por parte destes profissionais.
“O plano de vacinação deve ser reajustável e redefinido em função da própria evolução epidemiológica e do nosso conhecimento e aprendizagem”, frisou António Lacerda Sales.
A prioridade do plano passa por “defender as faixas mais vulneráveis, que são as mais idosas e a partir dos 50 anos com comorbilidades”, mas “isso não significa que serviços essenciais”, como bombeiros e forças de segurança, “não sejam também vacinados”, acrescentou.
“Muitos já o foram nesta fase”, realçou ainda o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, quando questionado sobre alterações ao plano, durante uma iniciativa na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.
“É preciso perceber que este processo de vacinação não pode acorrer a todos ao mesmo tempo e que ocorre em linhagens paralelas, em que ao mesmo tempo que vacinamos pessoas com mais de 80 anos e de 50 anos com comorbilidades e serviços essenciais, pois ainda continuamos a vacinar profissionais de saúde”, insistiu.
Os bombeiros já tinham reagido ao atraso, com Jaime Marta Soares, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, a lamentar esta “tremenda injustiça”.
“Os bombeiros poderiam, desde a primeira hora, estar na primeira linha das prioridades. E não têm estado, porque só há uma semana é que se iniciou a vacinação dos bombeiros portugueses”, afirmou.
Da parte das forças de segurança, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos, adiantou que o atraso gera “preocupação”.
“Estamos a falar de profissionais que estão na primeira linha de combate à pandemia, onde estão integrados em equipas de fiscalização, que podem em qualquer altura interagir com putativos infetados”, salientou.