Está agendada para este domingo uma declaração de Paulo Portas. O líder do CDS-PP divulga a visão centrista sobre o plano orçamental apresentado por Passos Coelho, para 2013, 2014 e 2015, que prevê cortes de rendimentos dos funcionários públicos e pensionistas. Segundo a agência Lusa, Portas quebra o silêncio do CDS amanhã.

O silêncio do CDS-PP após o anúncio de novas medidas de austeridade feito pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho foi nota de realce, ontem. Paulo Portas não falou – o que seria de esperar, visto que se trata de um membro do Governo –, mas o mesmo não se pode dizer em relação ao líder parlamentar centrista.

Esse silêncio do CDS-PP – parceiro de coligação do PSD no Governo – será quebrado no domingo, quando Paulo Portas falar ao país, numa declaração em que irá apresentar a visão do parceiro de coligação dos sociais-democratas.

Espera-se que Paulo Portas apresente a sua discordância relativamente à ausência medidas de combate ao desemprego, ou que o crescimento económico seja um conceito vago nesta nova onda de austeridade, disfarçada de reforma do Estado, com cortes que afetam os rendimentos de pensionistas e os funcionários públicos.

Paulo Portas irá reagir a medidas que ontem o primeiro-ministro apresentou. Passos Coelho pretende poupar 4,8 mil milhões de euros nas despesas do Estado, até 2015.

Entre essas medidas destacam-se o aumento do horário laboral, de 35 para 40 horas, a rescisão amigável de contratos de 30 mil funcionários públicos, o aumento da idade de reforma para os 66 anos e um corte nas pensões.

A proposta de Passos Coelho já mereceu críticas de toda a oposição, entre as quais do secretário-geral do PS, António José Seguro, que em entrevista à TVI, ontem, manifestou desacordo com esta política e reiterou o pedido de eleições antecipadas e a queda do Governo. Portas, responsável pela estabilidade da coligação, quebra o silêncio amanhã.