Passos nas eleições intercalares de 2007: “PSD devia pedir desculpa a Lisboa”
Há uma década, um militante do PSD disparava ‘fogo amigo’ contra um candidato autárquico em plena campanha intercalar. “O PSD devia ter começado esta campanha a pedir desculpa a Lisboa”, afirmou, a 13 de julho de 2007, Pedro Passos Coelho.
A afirmação do agora presidente do PSD foi decisiva para fazer cair o então líder do partido, Marques Mendes, pouco tempo depois.
Lisboa ia ter eleições intercalares. Carmona Rodrigues, presidente da Câmara face à saída de Santana Lopes, renunciou devido ao processo judicial BragaParques. Por ordem de Marques Mendes, os vereadores do PSD também renunciaram. E o partido partiu para as intercalares todo partido e sem candidato.
Depois da recusa de Fernando Seara, Marques Mendes mandou avançar Fernando Negrão. O que não contava é com o ‘fogo amigo’ de um antigo líder da JSD, então a avançar lentamente rumo à liderança dos sociais-democratas.
Em plena campanha, numa ação no Príncipe Real, Passos Coelho ‘matou’ o candidato (Fernando Negrão) e o presidente do PSD (Marques Mendes): “O PSD devia ter começado esta campanha a pedir desculpa a Lisboa”.
Surpreendido, Negrão ainda tentou abrigar-se atrás do ‘proscrito’ Carmona: “Só tenho pena que o antigo presidente da Câmara não tenho pedido desculpa a Lisboa e aos lisboetas”. Mas Passos Coelho já estava à espera…
“A mim preocupa-me mais o PSD do que o Carmona”, disse o atual presidente do partido, Passos Coelho, como hoje recorda o Expresso.
O incidente foi a 13 de julho de 2007. Fernando Negrão foi o terceiro mais votado nas intercalares, com apenas 15,7 por cento. Quatro dias depois da frase de Passos Coelho, Marques Mendes convoca eleições diretas no PSD. Foi o início do fim para Mendes, que agora é comentador político.