Segundo o estudo, já publicado na revista Catalysis Science and Technology, as larvas dos ouriços-do-mar possuem altas concentrações de níquel nos esqueletos externos. Na sequência da investigação com partículas minúsculas do metal, os cientistas concluíram que, adicionando o níquel a uma solução contendo CO2 e água, o metal removia completamente o gás carbónico. “Parece bom demais para ser verdade, mas funciona”, admitiu Siller.
O ‘trabalho’ do ouriço-do-mar poderá vir a ser aplicado às centrais de energia, capturando o CO2 libertado e transformando-o em carbonato de cálcio, uma substância inofensiva. Tal como o ouriço, várias espécies marinhas convertem o gás carbónico presente na água em carbonato de cálcio, utilizado depois na constituição de conchas e esqueletos.
“A beleza do níquel como catalisador é que continua trabalhando independentemente do pH e, por conta das propriedades magnéticas, pode ser capturado novamente e reutilizado várias vezes”, reforçou Gaurav Bhaduri, o autor principal do estudo, complementando: “também é muito barato, mil vezes mais barato do que a anidrase carbônica, e o subproduto (o carbonato) é útil e não causa danos ao meio ambiente”.
A anidrase carbônica é uma enzima que atualmente está a ser testada no processo de armazenamento de CO2 em antigas minas e jazigos petrolíferos, num método ainda muito caro. Já o carbonato de cálcio está presente em quatro por cento da crosta terrestre.
