Economia

OCDE sobe previsão para zona euro mas alerta para incerteza política e tensões comerciais

A OCDE melhorou hoje a previsão de crescimento para 2019, para 1,2 por cento, duas décimas acima da anterior estimativa, mas antecipa que a incerteza política e as tensões comerciais vão continuar a penalizar as exportações e o investimento.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado hoje (‘Economic Outlook’), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresça 1,2 por cento este ano, duas décimas acima da anterior previsão.

Em março, na atualização intercalar das suas previsões económicas (‘Interim Economic Outlook’), a OCDE tinha descido para 1 por cento a expansão da economia da zona euro.

A OCDE antecipa que a Alemanha cresça 0,7 por cento este ano, enquanto o PIB de Itália deve estagnar e o do Reino Unido crescer 1,2 por cento este ano (acima dos 0,8 por cento projetados em março).

Para 2020, a OCDE também melhorou em duas décimas a estimativa para a evolução da economia da zona euro, para 1,4 por cento.

A OCDE indica, contudo, que antecipa que o crescimento se mantenha “modesto, abaixo de 1,5 por cento”, frisando que “a incerteza política e as tensões comerciais continuarão a penalizar as exportações e o investimento privado”.

Além disso, a entidade indica que devido à “forte participação das empresas da zona euro nas cadeias de valor globais, uma nova escalada das tensões no comércio mundial iria pressionar negativamente as exportações e o investimento”.

E a OCDE indica ainda que um Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) desordenado também colocará pressão acrescida sobre a evolução económica, com os países com maiores ligações ao Reino Unido a serem mais atingidos.

De igual modo, um abrandamento maior que o esperado nas economias emergentes reduziria a procura externa e poderia provocar instabilidade financeira.

Do lado positivo, frisa a OCDE, ações combinadas para aumentar o investimento público e implementar reformas estruturais nos mercados de produtos ajudariam a zona euro a recuperar de um crescimento anémico de longa data da produtividade”.

O economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, antecipa que a combinação de reformas estruturais na zona euro que aumentem o crescimento da produtividade em 0,2 pontos percentuais por ano durante cinco anos e um estímulo orçamental de três anos na ordem de 0,5 por cento do PIB em países com menores níveis de dívida para financiar o investimento público, “não resultaria apenas num maior crescimento no curto prazo, mas também aumentaria o PIB em cerca de 1 por cento no longo prazo”.

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