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O segredo por detrás das relações intensas de verão

A psicóloga Catarina Lucas explica quais as razões que o calor proporciona e que justificam o aumento da paixão nesta altura do ano

O calor do verão traz com ele emoções intensas e fugazes durante toda a estação. Mas porque será que isto acontece? A psicóloga Catarina Lucas explica quais os fatores que contribuem para que este tempo seja propício a novas paixões e relações.

Com a chegada do calor, as pessoas estão mais recetivas a sair de casa. Estão de férias, viajam, vão à praia ou à piscina e, por isso, estão descomprometidas e livres de rotinas. “Um período pelo qual todos gostam de passar, uma vez que há menos stress e mais socialização”, garante.

Mas de que forma cada um destes fatores contribui para despertar o amor? A psicóloga Catarina Lucas atribui grande parte da responsabilidade aos fatores socioemocionais.

“As saídas no verão tornam-se mais frequentes”, seja para tomar um café ou para ir a uma festa, conhecer novos rostos faz parte. As férias e viagens refletem momentos de relaxamento e descontração, “onde automaticamente o foco deixa de estar no trabalho e na rotina para passar a dar atenção a novos detalhes e a novas pessoas”.

O álcool, “também ele normalmente mais consumível com o aumento da temperatura e do número de festas”, também é um destes fatores socioemocionais, uma vez que funciona como desinibidor e desbloqueia as aproximações. E ainda a alimentação, “uma vez que com o aumento da ingestão de certas frutas e comidas, o instinto sexual é despertado”, conta a psicóloga.

Mas estarão outras razões por detrás desta intensidade nas relações?

O verão impacta na líbido. O corpo anda mais exposto e as roupas mais leves, e juntando isto ao facto de a luz solar estimular as glândulas produtoras de bem-estar, como a serotonina, conhecida como a “hormona do prazer”, e a oxitocina, a vontade de fazer sexo aumenta.

Para a psicóloga Catarina Lucas, “também o aumento de atividade física, com o intuito de atingir o corpo “ideal”, aumenta a produção de testosterona, tanto em homens como mulheres, bem como também a autoconfiança, o que por sua vez aumenta o desejo sexual”.

A excitação aumenta devido ao maior número de estímulos visuais e táteis no verão. Com a maior exposição ao sol, os dias ficam mais longos e a disponibilidade e vontade para fazer sexo é maior. “Outro fator é a conhecida hormona do sono, a melatonina, que fica inibida nas primeiras duas estações do ano devido à elevada claridade durante o dia.

Assim, durante este período, as pessoas ficam acordadas durante mais tempo e sofrem uma alteração no estado de espírito, pelo que ficam mais felizes, o que desajusta a atividade hormonal e propicia o clima de romance”, revela.

A segunda estação é para muitos a época mais erótica e sexual do ano. A psicóloga confirma que, “com uma maior disposição e disponibilidade para a relação sexual, a frequência aumenta cerca de 30% relativamente a estações como a do inverno. As brincadeiras e os estímulos das relações em casal também parecem ser beneficiados” com os dados a apontar para um aumento de 25% na venda de artigos eróticos, como acessórios, jogos e roupa sensual.

Os meses quentes parecem ainda influenciar a fertilidade. “São vários os estudos demográficos que revelam um aumento do número de nascimentos nove meses após a estação mais quente do ano, em vários países”, diz.

Assim, os amores de verão parecem ser certamente um conceito. É a combinação entre todos estes fatores fisiológicos, ambientais, psicológicos e sociais que contribui para um maior enamoramento entre casais e um maior envolvimento sexual propício ao amor nos meses quentes.

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