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“O património cívico e moral da igreja católica é bem superior a esta mancha”

A igreja Católica vive um dos momentos mais delicados da sua existência em Portugal, agora que foram revelados detalhes de uma investigação realizada a respeito do comportamento de sacerdotes ao longo das várias décadas no convívio com menores.

Os números de queixas sobre alegados abusos de figuras ligadas à igreja a crianças e jovens, muitos deles hoje mulheres e homens em idade adulta e outros entretanto falecidos, têm valido muitas críticas aos membros do clero português.

Todavia, algumas vozes levantam-se na separação daquilo que são as revelações recentes na comparação com aquilo que tem sido o passado da igreja católica ao serviço do país.

O embaixador Francisco Seixas da Costa, antigo Secretário de Estado dos Assuntos Europeus e ex-embaixador português junto das Nações Unidas admite ser “ateu” mas não nega que vê um contributo amplo da igreja ao serviço da sociedade.

“Como ateu, gostava de deixar claro, neste momento menos simpático para os católicos portugueses, que continuarei a considerar que o património cívico e moral da igreja católica, na história da sociedade portuguesa, é bem superior a esta mancha, aliás, um segredo de Polichinelo”, escreveu Francisco Seixas da Costa, em mensagem na sua página no Twitter.

A comissão liderada por Pedro Strecht revelou números que têm gerado uma onda de indignação junto da igreja católica, até pelos relatos que são destacados por algumas das alegadas vítimas que se queixaram à comissão.

Conferência Episcopal e Ministério Público esperam pelas conclusões

Esta entidade já fez saber que irá enviar as conclusões tiradas para a Conferência Episcopal Portuguesa e para o Ministério Púbico.

Na SIC Notícias, Pedro Strecht afirmou que a lista de padres suspeitos ainda no ativo ascende a mais de uma centena.

A comissão iniciou a recolha de testemunhos de vítimas a 11 de janeiro de 2022 e foram validados 512 denúncias das 564 recebidas.

Foi determinada uma extrapolação de que a existência de vítimas será, no mínimo, de 4.815 vítimas nos últimos 72 anos.

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