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Número de mortos em ataque no norte de Moçambique sobe de 10 para 12

O número de mortos na sequência de um ataque ocorrido na quinta-feira, perpetrado por um grupo desconhecido a uma aldeia remota da província da Cabo Delgado, norte de Moçambique, subiu de 10 para 12, informou hoje fonte local.

De acordo com a fonte, citada hoje pelo canal televisivo STV, os dois novos óbitos foram registados no Hospital de Pemba, entre o grupo dos 15 feridos que estavam a receber assistência médica na sequência do ataque.

“Trata-se de uma senhora e um adolescente de 16 anos”, observou a fonte, que preferiu falar no anonimato, acrescentando que a população está a abandonar a região devido ao medo de novos ataques.

A Lusa entrou em contacto com o porta-voz do comando da Polícia da República de Moçambique, Inácio Dina, que não confirmou o número de óbitos.

“É uma tristeza. O património do Estado está a ser vandalizado”, acrescentou a fonte citada pelo canal televisivo STV .

O ataque aconteceu cerca das 20:00 locais (19:00 em Lisboa) de quinta-feira, na aldeia de Ntoni, um povoado pertencente ao posto de Mucojo, distrito de Macomia, no litoral centro de Cabo Delgado.

O grupo que, segundo fontes locais, usava fardas militares, entrou a disparar com armas de fogo e matou dez residentes, além de ferir outras 15 pessoas e incendiar, pelo menos, 30 casas.

No mesmo dia, um grupo atacou uma patrulha militar mais a norte, junto a Pundanhar, distrito de Palma, e cinco militares em patrulha automóvel, entre os quais um oficial, morreram, disse à Lusa fonte das autoridades locais.

O último ataque tinha acontecido a 08 de setembro, também contra um povoado do posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia.

Povoações remotas da província de Cabo Delgado, situada entre 1.500 a 2.000 quilómetros a norte de Maputo, têm sido atacadas por desconhecidos desde outubro de 2017, provocando um número indeterminado de mortos, na ordem das dezenas, e um número ainda maior de deslocados.

Os grupos que têm atacado as aldeias nunca fizeram nenhuma reivindicação nem deram a conhecer as suas intenções, mas investigadores sugerem que a violência está ligada a redes de tráfico de heroína, marfim, rubis e madeira.

Os ataques acontecem numa altura em que avançam os investimentos de companhias petrolíferas em gás natural na região, mas sem que até agora os atacantes tenham entrado no perímetro reservado aos empreendimentos.

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