Cuba vai iniciar este ano estudos clínicos para testar em humanos uma vacina terapêutica contra o vírus HIV, que causa a sida, disse a investigadora Verena Muzio. O país de Fidel Castro há muito que se posiciona na vanguarda da medicina.

A vacina designada por Teravac-HIV-1, desenvolvida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia vai ser testada ainda no corrente ano em cerca de 30 cubanos soropositivos, disse a diretora de investigação clínica, Verena Muzio.
De acordo com a investigadora vão ser tratados pacientes que ainda não desenvolveram os sintomas da sida, embora já tenham o vírus.

Desde 1986, a ilha registou 15 284 casos de contaminação pelo HIV, numa população total de 11,2 milhões de habitantes. A prevalência do vírus é de 19 casos a cada 10 mil pessoas.

De referir, que os soropositivos cubanos recebem gratuitamente tratamentos antirretrovirais produzidos localmente.

Os investigadores que fazem parte do projeto alertam contra qualquer excesso de expectativas com a vacina, esclarecendo que o projeto ainda está na primeira fase, e a sua eficácia só poderá ser comprovada daqui a vários anos.

“Há muitos investigadores do mundo inteiro que trabalham para obter vacinas desse tipo, e realmente não se chegou a nenhuma com resultados satisfatórios. O objetivo é que funcione e que tenha a eficiência prática que todos ambicionamos.
No entanto, temos consciência que levará o seu tempo para obter os resultados que pretendemos”, disse Verena Muzio.

O setor biotecnológico representa uma importante fonte de receitas para a frágil economia cubana. Cuba vende 38 medicamentos a cerca de 40 países, por um valor que superou 350 milhões de dólares em 2008. A quantia representa um pouco mais de 10 por cento das exportações nacionais.

Entre os produtos já comercializados existem vacinas contra meningite B e C, leptospirose e febre tifoide. Vacinas contra cancro de colo do útero, próstata e ovários estão atualmente em fase de testes clínicos, e uma provável vacina contra a dengue a ser testada em animais.