“Ninguém quer pegar no processo do Meco, parece que queima”, diz advogado
Vitor Parente Ribeiro, advogado que representa as famílias dos seis jovens que desapareceram na praia do Meco, em 2013, afirmou que “ninguém quer pegar” no caso.
Em declarações à Renascença, o advogado frisou que o Estado Português nada tem feito para apurar o que aconteceu na noite de 15 dezembro de 2013 na praia do Meco.
“Vai ser intentado um processo no Tribunal Administrativo, a pedir uma indemnização ao Estado pelo péssimo trabalho do Ministério Público nesta investigação”, anunciou.
Há cinco anos que as famílias das vítimas aguardam pelo desenvolvimento da ação pendente no Tribunal de Setúbal contra João Gouveia (o único sobrevivente e que era o ‘dux’) e a Universidade Lusófona.
“Continuamos há anos à espera do início do julgamento. Pelos vistos é um processo que ninguém quer pegar, o caso arrasta-se há cinco anos sem que exista julgamento ainda marcado”, afirmou o advogado.
“Primeiro foi extinto um dos juízos e o processo foi redistribuído, também já chegou a ser remetido de Lisboa para Setúbal. Tudo questões de natureza processual e depois o que verdadeiramente parece é que ninguém quer pegar no processo, parece que queima a quem lhe toca”, reforçou.
João Gouveia viria a ser constituído arguido em outubro de 2014, mas em março de 2015 o tribunal decidiu não enviar o caso para julgamento, decisão que seria confirmada depois pelo Tribunal da Relação de Évora, uma vez que as vítimas eram adultas e não haviam sido privadas da sua liberdade durante a praxe, não havendo assim responsabilidade criminal sobre João Gouveia.
“Ainda temos uma ação, pendente há vários anos, no Tribunal de Setúbal onde demandámos João Gouveia e a Universidade Lusófona. Aqui esperamos que surjam mais factos e sejam apurados para concluir o que aconteceu naquela noite. Queremos que João Gouveia preste declarações e se possa fazer luz sobre o que os pais tanto anseiam que é a descoberta da verdade”, concluiu o advogado das famílias das vítimas.
