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Neurologistas acusam TVI de gerar “falsas esperanças” em familiares de doentes de Alzheimer

Dois neurologistas reagem a uma reportagem da TVI, que criou “falsas expectativas” criadas em familiares de doentes com Alzheimer. Num artigo publicado na Visão, Joaquim J. Ferreira e Gonçalo S. Duarte revelam que receberam um número elevado de contactos por parte de familiares de doentes com esperança numa cirurgia cujo benefício não é certo e sem garantias de benefícios para o doente.

Artigo publicado na Visão aponta “falsas expectativas” em familiares de doentes com Alzheimer.

O poder da comunicação social, em particular da TVI, levou a que uma reportagem sobre uma intervenção cirúrgica com potenciais benefícios na cura de Alzheimer, entre outras doenças, provocou um aumento de contactos, de recebidos por alguns neurologistas.

Diversos familiares, mesmo de doentes em fases terminais, manifestaram “expectativas infundadas” sobre um potencial tratamento e cura de familiares com Parkinson e, entre outras doenças, Alzheimer.

A reportagem foi emitida no passado dia 2 de abril e versava uma cirurgia de estimulação cerebral, reconhecida há 30 anos e que levaram a que o professor Alim Louis Benabid fosse candidato a um Nobel, há três décadas.

Porém, “a forma como os potenciais benefícios desta cirurgia foram apresentados e a ideia transmitida da possibilidade de obtenção de igual benefício em outras doenças como a Doença de Alzheimer, depressão, anorexia, obesidade e toxicodependência merece um comentário”, escrevem os neurologistas, nesse artigo.

“Esta situação e as expectativas infundadas sobre uma opção cirúrgica para tratar uma doença grave, incapacitante e que afecta quase todas as famílias em Portugal, deixaram-nos no papel desconfortável de anular a “falsa esperança” gerada por esta reportagem.

“Reconhecendo os elevados méritos da comunicação social na educação para a saúde e o seu potencial papel ‘terapêutico’, alertamos também para o potencial risco de causar efeitos desagradáveis e consequentemente ‘malefício’”, concluem  os neurologistas.

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