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Mulher queixa-se de ser despedida da TAP por causa de posts nas redes sociais

Uma mulher queixa-se que foi despedida da TAP na sequência de um excesso de faltas ao trabalho por conta de baixas médicas que foi apresentando à transportadora aérea e devido a posts nas redes sociais.

Sofia Quinteiro diz que não esperava este desfecho na empresa para a qual trabalhava há 19 anos como assistente de bordo.

“Eu ia voar e fazia três, quatro viagens por dia, por estar no médio curso, e ao final de uma semana neste ritmo eu verificava que os meus ouvidos não descomprimiam, não voltavam ao normal, tinha dor que se mantinha e sentia prurido na garganta”, contou Sofia Quinteiro, realçando que procurou ajuda médica dentro da TAP para tentar solucionar o desconforto que sentia.

Como os sintomas se mantinham, Sofia Quinteiro diz que procurou outra opinião médica e o clínico recomendou-lhe dois meses de baixa.

“Verificou que tinha sangue seco no ouvido interno. Tinha andado a voar a colocar em risco a minha audição”, explicou a assistente de bordo.

No ano passado, Sofia Quinteiro acabou por ser despedida por estar, revela a própria citando a TAP, “no topo do absentismo”.

“A pessoa está com pouco dinheiro, a pessoa ainda se sente mais deprimida e de mãos e pés atados porque voa menos, ganha menos, e ainda está com uma situação física chata e aborrecida”, acrescentou Sofia Quinteiro, em declarações à TVI, onde falou também o especialista em Direito Laboral Pedro da Quitéria Faria.

“Se as baixas estão reconhecidas, não vejo razão para que um trabalhador, que infelizmente esteve doente, seja discriminado”, conta Pedro da Quitéria Faria.

TAP fala em “deslealdade”

A trabalhadora queixa-se de que, na nota de culpa que levou ao seu despedimento, foram colocadas fotos que publicou nas redes sociais.

E sobre esta situação, Pedro da Quitéria Faria diz que não percebe esta situação.

“Tenho enormes dificuldades em conseguir conceber uma acusação ou uma nota de culpa e uma decisão de despedimento que vá redundar num despedimento tendo unicamente por base, por exemplo, os posts do Facebook”.

Na altura em que esteve de baixa, Sofia Quinteiro marcou presença numa conferência de motivação imobiliária a convite de um amigo. Diz que nunca trabalhou para nenhuma imobiliária.

Além disso, a tripulante refere que o contrato que tinha com a TAP não previa exclusividade, nem a baixa médica indicava que deveria permanecer em casa.

“Se a baixa diz que a pessoa pode sair, pode sair. Sou mãe de dois filhos. Não ia estar dois meses sem levar os miúdos à escola ou ir buscá-los”, explicou Sofia Quinteiro, prometendo levar o caso para Tribunal.

A versão da TAP aparece descrita na reportagem através da nota de culpa onde, segundo a TVI, a transportadora acusa a assistente de bordo de ser “desleal” por estar a trabalhar “para outra empresa, desempenhando as funções de agente/consultor imobiliário”.

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