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Moody’s melhora ‘rating’ de Moçambique se houver um programa financeiro do FMI

A agência de notação financeira Moody’s disse hoje que deverá melhorar o ‘rating’ de Moçambique se o país conseguir um acordo financeiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que traria credibilidade financeira, reformas e garantias para os investidores.

“A Moody’s provavelmente melhoraria o ‘rating’ de Moçambique se, depois de completar a reestruturação [da dívida], entrasse num programa do FMI que lhe desse credibilidade financeira e aumentasse a probabilidade de reformas que melhorassem a eficácia política e governamental, assim limitando os riscos para os investidores de um futuro incumprimento financeiro”, diz a Moodys’.

No relatório que acompanha a explicação da decisão de manter o ‘rating’ do país em Caa3, ou seja, incumprimento financeiro ou ‘default’, mas melhorar a Perspetiva de Evolução da Economia de Negativa para Estável, a Moody’s diz que a reestruturação da dívida soberana, no valor de 727,5 milhões de dólares, e a adoção de um programa financeiro do FMI “envolveria melhores perspetivas para a sustentabilidade da dívida, tal como é medida pelo Fundo”.

A Moody’s melhorou hoje a Perspetiva de Evolução da economia de Moçambique, mantendo, no entanto, o país em incumprimento financeiro (‘default’) no seguimento da crise da dívida oculta, descoberta em 2016.

“A decisão reflete principalmente a expectativa da Moody’s de que a reestruturação dos títulos de dívida pública, atualmente em negociações, vá impor perdas financeiras aos credores, o que é consistente com um ‘rating’ de Caa3”, lê-se na nota que acompanha a divulgação da decisão.

“A Perspetiva de Evolução [‘Outlook’, no original em inglês] reflete a avaliação da Moody’s de que os riscos sobre as eventuais perdas dos credores que detêm títulos de dívida pública atualmente em ‘default’ são equilibrados, com as perdas de 20 a 35 por cento consistentes com um ‘rating’ de Caa3”, lê-se ainda no texto.

Para a Moody’s, “mesmo que as negociações não cheguem a bom termo, as derradeiras perdas ficariam provavelmente entre os 20 e os 35 por cento”.

Por outro lado, se os investidores rejeitarem a proposta preliminar que foi anunciada no princípio de novembro, “é improvável que sofram perdas significativamente maiores do que os 35 por cento numa negociação subsequente”.

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