Nas Notícias

Moçambique procura paz com general que supervisionou desarmamento de guerrilheiros na Colômbia

O general argentino Javier Antonio Pérez Aquino, que supervisionou o desarmamento de guerrilheiros das FARC, na Colômbia, vai coordenar um grupo de especialistas no processo de pacificação em Moçambique, disse hoje à Lusa fonte diplomática.

Pérez Aquino, 58 anos, vai liderar um conjunto de sete países que vai acompanhar o processo de desarmamento, desmilitarização e reintegração – abreviado no meio diplomático internacional como DDR – dos elementos da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição em Moçambique.

O objetivo é que o partido entregue as armas e que quem ainda as carrega seja reintegrado na sociedade e nas forças de defesa e segurança moçambicanas.

O nome de Pérez Aquino foi escolhido em consenso pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e pelo coordenador da comissão política da Renamo, Ossufo Momade.

Os outros sete países convidados e já confirmados no grupo são a Alemanha, Estados Unidos da América, Índia, Irlanda, Noruega, Suíça e Zimbabué.

Javier Antonio Pérez Aquino ingressou no Colégio Militar da Nação, na Argentina, em 1981, país onde exerceu diversas funções de comando nas fileiras militares, de acordo com o currículo divulgado pelas Nações Unidas.

Em 1993 foi observador militar na missão da ONU para o Iraque e Kuwait (UNIKOM), regressou à Argentina e em 2016 tornou-se chefe da missão das Nações Unidas na Colômbia, com 520 observadores de 19 países.

Coube-lhe a supervisão do desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FRAC), a guerrilha mais antiga da América Latina, desmobilizada e transformada em partido político.

Em Moçambique, o Governo da Frelimo e a Renamo estão a negociar um novo acordo de paz, depois do cessar-fogo sem limite anunciado em dezembro de 2016 pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que morreu devido a complicações de saúde a 03 de maio deste ano.

As armas calaram-se no centro do país, zona de conflito, e as negociações em curso culminaram, em fevereiro, no consenso para descentralização do poder a nível local e provincial, o que levou à revisão da Constituição, em maio.

Um outro entendimento foi alcançado em julho relativamente a assuntos militares, que se espera leve ao desarmamento, desmobilização e reintegração das forças da Renamo e abra caminho para que seja selada a paz duradoura em Moçambique.

Em destaque

Subir