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Militantes ‘fantasma’ do PSD em casa… que não existe

É um fenómeno estranho aquele que acontece em Ovar, onde o jornal Expresso descobriu militantes ‘fantasma’ do PSD a residir em casas que não existem e até no seio de famílias que não ligam a política. Dá-se ainda a situação de uma casa onde constam – de acordo com os cadernos eleitorais do partido – o nome de militantes mas, afinal, nessa residência ninguém é do PSD.

A reportagem do Expresso encontrou o número 79 da Avenida Infante D. Henrique, em Ovar, onde, segundo os cadernos eleitorais, moram 17 militantes do PSD com quotas em dia.

Porém, naquela residência “há oito residentes e nem um é filiado no PSD”, diz o referido semanário.

“Deve ser um engano. Ninguém é do PSD ou de partido algum”, assume Paulo Pinto, no número 79 da Avenida Infante D. Henrique, que está de visita a casa da mãe.

Numa rua próxima, um reformado metalúrgico atira: “Se aparecem filiados nesta zona da praia é porque alguém paga as quotas. Aqui, tomara dinheiro para um galão.”

A edição do jornal Expresso relata que “percorrendo o caderno eleitoral de Ovar, vão-se sucedendo casos suspeitos. Como a quantidade de militantes do PSD com quotas pagas na Rua dos Pescadores — são seis, sete, oito em cada casa. Mesmo onde, como o Expresso confirmou, não há casa alguma.”

Salvador Malheiro preside à Câmara de Ovar, é presidente da distrital de Aveiro do PSD e nega qualquer tipo de suspeita com os militantes ‘fantasma’.

“Só quem não conhece esta realidade é que estranha. Nasci e cresci em Esmoriz, uma freguesia pobre e desordenada, onde várias famílias partilham o mesmo número de polícia por viverem em anexos que não se veem da rua. É preciso entrar dentro das casas para perceber”, diz, em declarações citadas pelo Expresso.

E explica ainda que “há militantes que regularizam quotas sem atualizarem moradas”.

As suspeitas não são novas mas voltaram à atualidade por causa das eleições diretas no PSD, vencidas por Rui Rio contra Pedro Santana Lopes.

Salvador Malheiro – líder da campanha de Rio – disse ao Expresso achar “esquisito” que a situação tenha voltado a ser falada.

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