Economia

“Metemos 4000 milhões do nosso bolso na Caixa”, avisa Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares explicou que “o nosso défice real” é três por cento, devido à recapitalização do banco público. “Metemos 4000 milhões na Caixa e isso vai sair do nosso bolso”, alertou.

Ao comentar, para a SIC, os “dois números completamente diferentes” sobre o défice, os 0,92 por cento gabados pelo Governo e os três por cento contabilizados pelas autoridades europeias, o jornalista lembrou a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para salientar que “o nosso défice real” é três por cento.

Isto porque a operação visou “cobrir prejuízos que estavam para trás”, pelo que não pode ser considerada um investimento, defendeu.

“Por melhor que tenha sido o desempenho das contas públicas este ano, nós metemos 4000 milhões na Caixa Geral de Depósitos e isso vai sair do nosso bolso”, frisou Miguel Sousa Tavares.

O comentador lembrou ainda que os contribuintes portugueses vão ter também de pagar as ajudas de “11 000 milhões para o Novo Banco e mil milhões para o Banif”.

“É evidente que o Estado deu 4000 milhões de ajuda, e não de investimento como disse o Mário Centeno, à Caixa Geral de Depósitos”, insistiu.

A inclusão da recapitalização da CGD no défice surpreendeu Miguel Sousa Tavares face “aos precedentes” que já havia na própria União Europeia.

“Também não se fez noutros países, nomeadamente França, Itália e na própria Alemanha. Havia precedentes, noutros países isso não foi levado em conta, parece que o Governo estava confiante de que ia ter o mesmo tratamento”, reforçou.

“Em nome da transparência das contas públicas”, o comentador considerou fazer sentido que “tudo aquilo que é despesa do Estado” seja incluindo défice.

“Vamos ter que pagar”, lembrou: “É bom que a gente se habitue, porque não há almoço grátis”.

Em destaque

Subir